sexta-feira, fevereiro 17, 2006

A MINHA ALDEIA (de JOSÉ GONÇALINHO DE OLIVEIRA 1981)

MINHA ALDEIA

Minha aldeia de casas encardidas
De negrume
Mas onde não falta lume
A aquecer vidas
Que outrora foram cinzas apagadas
De tristeza e abandono
E hoje lembram madrugadas
Dum outro Outono!
Vestes ainda roupas de pobreza
E de suor,
Mas quantos, quantos sonhos de grandeza
Despontam já no teu interior?!...
Aqui e ali
A cor viva de uma casa
É como a alegria em brasa
Que sorri,
A marcar o rumo novo
Dum povo
Que sombra de miséria conheci!...



Inédito, escrito em Vila Real em 29/09/1981 e lido no dia do funeral do autor pelo seu filho mais velho, durante a missa de corpo presente celebrada na Póvoa

2 comentários:

JMOV disse...

Este e outros poemas, poderão ser encontrados no site em "biografias".
Como seria bom para todos nós, podermos contar com o apoio desta personalidade, amigo desta terra!
Ao filho, José Gonçalinho de Oliveira, o nosso muito obrigado pela cedência deste documentos.
Jorge

Anónimo disse...

Ao ler este belíssimo poema de José Gonçalinho de Oliveira, ocorreu-me um pensamento que não resisti a partilhá-lo: deveria constituir para a nossa aldeia motivo de honra, e de orgulho, ter sido berço de uma figura de tão invulgar valor intelectual, de um poeta para muitos desconhecido!
Atrevo-me a fazer uma proposta: façamos-lhe uma simbólica homenagem, com a simplicidade que nos caracterisa, gravando no granito duro próprio da nossa terra ou noutro qualquer material este poema, que, para ele tinha por certo um profundo significado, colocando-se o mesmo em local visível e público.

Celeste Gonçalinho Duarte

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