sexta-feira, setembro 30, 2005

Histórias da Póvoa (Por José de Oliveira Costa)

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Ao longo de séculos e por tradição, os rapazes namoradores corriam à pedrada os mocetões estranhos que tentassem chegar à fala com as belas moçoilas que sempre aqui houve; poucos foram os cruzamentos que escaparam a esta malha. Oh!... como os rapazes se perdiam por aquele palminho de cara, pelos corpinhos ondulados ou mesmo usuais soquetes ou pelos bordados das subsaias rodadas que sempre traziam à mostra!...
De se lhes tirar o chapéu até meados da década de 50, eram as festas de S. João, que sempre provocaram a inveja de todas as aldeias circundantes; enfeitadas e organizadas com seus fachos incandescentes, junto do talefe do monte Dufe, a sua vista era desfrutada por toda a região até para lá de Tarouca e muito para além da Régua. Fala-se com saudades desses tempos, que acabaram, mercê da florestação dos montes (por 1953) e da consequente possibilidade e perigo de incêndios.
Motivo de conversa, pela sua graça, nas tertúlias de café (que também já existe na Póvoa), são ainda hoje aventuras e brincadeiras do "Chica", do Zé D'Arminda, do Zé Macário, e de outros. Só comparáveis com as aventuras do Tim Tim, ou com as histórias da "Tia Pita"
Desde há mais de 50 anos que a Póvoa também não fazia a sua festa anual em honra da sua padroeira...
Retomou a tradição este ano (2005) em Agosto, e vai continuar a ter a sua festa. Ah!... Como foi bom ver ressuscitar este povo, agora sob outras roupagens que promete ser revigorado com regresso de pessoas que já se sentiam esquecidas!... Esperamos que também os senhores autarcas venham um dia a dedicar alguma atenção a este povo e ao fenómeno desta vontade de renascer.
(ZÉ MACÁRIO)

7 comentários:

JMOV disse...

Zé! Muito obrigado, pelo teu testemunho.
É destes e outros como estes que vão ser precisos para revitalizar a nossa Póvoa.
Parabens pelo teu trabalho e esperamos que apareçam mais.
Jorge Venancio

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Anónimo disse...

Memórias da Póvoa…
Quando era garoto passava o ano inteiro à espera do próximo verão para ir passar as férias à Póvoa com a Avó Gloria e o Avô Macário… Apesar ter imigrado para Lisboa com apenas 3 anos e portanto as minhas experiências na Póvoa serem as de uma criança/adolescente à descoberta de uma terra e das suas gentes muitas vezes enigmáticas e dignas dos melhores contos de aventuras juvenis, sempre senti que no meu sangue corria a alma daquelas gentes e hoje afirmo com orgulho que, esta terra, a sua alma e as suas gentes moldaram a minha personalidade e a minha forma de estar na vida.
Recordo com alguma nostalgia as aventuras passadas com os amigos de então… o Manel e o Jorge do Clemente e as saídas para o monte com as vacas ou as idas ao rio tomar banho no final do dia… as histórias do Fernando do Franquelim… as noitadas a jogar o "sobe e desce" na taberna da Celeste… as passeatas para as festas de aldeia em aldeia com o Rui pra curtir umas bubas… e claro o prazer de estar com os meus avós nos serões passados a ouvir sempre e todos os anos as mesmas histórias (a história do "Bicho Cabra"… a história da "Perseguição dos Lobos"… todas as histórias das patifarias do meu Pai e dos meus Tios, isto no tempo em que não havia Game Boy e por isso eles tinham que se entreter com outras "brincadeiras", às vezes pouco apreciadas pelos mais velhos), tantas e tantas histórias que se passadas para o papel encantariam certamente muitas crianças nos contos de adormecer.
Aos promotores desta iniciativa um agradecimento por, em nosso nome, e de todos os nossos Pais e Avós, abrirem a esta "porta para o mundo" chamada Internet esta Aldeia, as suas gentes e os seus costumes.
Bem-haja a todos!!!

Fernando Costa

Anónimo disse...
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JMOV disse...
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JMOV disse...

Caro Primo Zé.
Um agradecimento muito sincero por teres trazido à memoría de tanta gente a tia Pita.
Como gostei de passar em revista alguns daqueles momentos que ainda tinha memorizados. Não gostava que lhe comêssemos as cerejas mas isso são contas doutro rosário.
Um abraço e parabéns

Teu primo Manuel

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