sábado, janeiro 06, 2007

O NATAL



A quadra que acabamos de viver, em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo (comemora-se o nascimento de uma vida), tem o seu ponto alto na noite de 24 para 25 de Dezembro, com a celebração do Natal, que nas línguas latinas deriva de Nativitate, ou seja nascimento de Jesus, tal como para a língua inglesa ou alemã as palavra Christmas, ou Weihnachten, significam Missa de Cristo ou Noite Bendita.

O Nascimento, a Missa de Cristo ou a Noite Bendita (Natal) é o acontecimento encarado universalmente como sendo o dia consagrado à família, à paz, ao amor, à fraternidade e à solidariedade entre os homens.

O Natal deveria ser realmente a celebração da vida, do nascimento de Jesus Cristo e não, como recentemente se tem verificado, uma época de consumismo e desperdícios desnecessários, uma época de corridas e encontrões, de estabelecimentos apinhados de gente, de ruas onde se torna quase impossível andar, tal o frenesim com que as pessoas vivem esta quadra, não de paz e solidariedade para com os outros, mas bem pelo contrário, onde nada se perdoa e nada se respeita.
Os números avançados pela comunicação social dos montantes gastos ao segundo pelos portugueses são disso mesmo uma prova real de que cada vez mais o Natal é apenas marketing.

Este ano porém, aproveitando a quadra natalícia, a época em que se celebrava a vida, o mundo foi bombardeado pelas imagens do enforcamento de um homem, na sua terra natal!... (imagens indignas e chocante) Justiça ou injustiça? Provavelmente aos olhos de uns, justiça, aos de outros, injustiça. Não querendo aqui fazer qualquer tipo de apologia a uma ou outra ideia, gostaria no entanto de referir as palavras daquele enfermeiro militar que durante meses cuidou da vida de Saddam Hussein
“… ele um dia virou-se para mim e perguntou-me: porque invadiram os soldados a nossa terra? Nada encontraram, nós aqui temos leis justas!..”

Porque uns acham que as leis eram justas e outros injustas, acontecem manifestações como as promovidas pela Ordem dos Advogados egípcia, que organizou uma cerimónia em memória do presidente deposto, como sendo um herói e um mártir. Também nos Estados Unidos, uma empresa especializada em fabricar bonecos, está a usar a morte do ex-ditador para ganhar dinheiro, tendo criado um boneco com cerca de 30 cm com uma corda ao pescoço, tal como noticiou o jornal brasileiro “Folha On line”.

Pior que tudo isto, é sem duvida a noticia que chegou dos Houston (EUA), qu nos dá conta do enforcamento de uma criança de 10 anos de idade, (Sérgio Pelico) na sua própria cama, suspeitando-se que o teria feito, pelo facto de antes de se deitar ter visto um programa jornalístico sobre a morte de Saddam. “Jornal Gazeta On Line”. (Televisões sem leis nem regras?)

E assim vai o mundo, quando também em Portugal, semanas antes do Natal, é anunciado pelo Presidente da República ao povo português, a data do referendo, para uns, “à vida ou à morte”, para outros simplesmente, “ao aborto”.

Não querendo maçar mais, desejo a todos um bom ano, e que possamos celebrar o Natal.
Jorge Venancio

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