Minha aldeia
Ó minha amada e velha aldeia
Como posso eu agora olhar-te,
Se existe o horizonte de mim a ocultar-te,
Porque não vejo em teu céu a lua cheia,
Nem uma só réstia do teu sol me premeia?
Diz-me, o que farei para poder abraçar-te?
Quantas saudades verias no meu olhar,
Se esta lonjura se tornasse perto,
Se a distância não fosse o meu deserto!
Como seria o meu sorriso singular,
Talvez de alegria me visses chorar,
Se o nosso rumo não fosse tão adverso!
Não podendo mudar este destino em nada,
Nem afastar de mim tão amarga solidão,
Resistirá comigo um desejo, uma intenção,
De acordar em cada madrugada,
Serena, saudosa, porém determinada
A escrever sem cessar esta paixão!...
Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte
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