segunda-feira, janeiro 15, 2007

Um canto à Virgem da minha terra

Ó virgem do Pranto
Ó minha bela Senhora,
Se não fôreis Vós quem fora,
Que com seu suave manto
Envolveu a dura vida de encanto
Tornando-a leve e promissora?!

Ó Virgem de sereno e pálido rosto
Porque Sois tão triste assim?
Chorais por Cristo ou por mim,
Porque Ocultais em Vossa face o luar de Agosto,
Porque é Vosso gesto um sol já posto,
Porque não mo Revelais por fim?!

Ó Virgem de Santa Cruz,
Compreendo agora o Vossa dor,
Assim, vá eu para onde for,
Levar-vos-ei como minha Esperança e Luz,
Tal como o são a água e o sol para o semeador
Da mesma forma que o Foste para Jesus!...

Ó Virgem da minha terra,
Abraçai-a por mim, que eu não posso,
Já que para isso basta um gesto Vosso,
Enquanto eu, humilde filha da serra
Esboçarei, numa simples tela
Um terno sorriso em Vossa face como gosto…

Celeste Gonçalinho Oliveira Duarte

1 comentário:

Anónimo disse...

A minha interpretação pessoal.
Bom momento de inspiração! Este poema revela uma fé mariana explícita, um amor entranhado à terra-mãe e uma serenidade corajosa na expressão desses sentimentos e emoções.
Pode figurar em qualquer antologia poética. De rara beleza literária, pode ainda enquadrar-se no âmbito dos hinos de um devocionário popular, pelo seu teor oracional.
P. Assunção

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