sexta-feira, junho 01, 2007

Em guarda! ( por Zé Macário )
Teria onze aninhos – como dizem os brasileiros - quando li um livro intitulado “ O franco maçom da virgem “, tanto quanto a minha memória, não sendo de elefante, consegue ainda lembrar-se, já perto de sessenta e cinco anos.
Daquele livro, me ficaram indeléveis gravações das peripécias de um católico, devoto rapazinho, caçado nas teias da maçonaria e coagido por esta a escarnecer e renunciar às venerandas imagens da Virgem Maria, de outros símbolos da sua religiosidade e renegar os valores transcendentais da sua fé.
Embora já muito ténue a reminiscente lembrança daquela episódica leitura, que passou ao meu subconsciente como que um paralelo do diário de Ann Frank, sempre entendi portanto a maçonaria como organização tenebrosa , avessa ao exercício da milenar religião católica.
Também o meu pai, com os seus fracos conhecimentos, falava uma ou outra vez de maçonaria e carbonária, como temíveis organizações secretas, com quem aliás me comparava sempre que as minhas acções eram do seu total desagrado.
Passaram-se já 25 anos desde que um padre estrangeiro meu amigo, bom observador, e a viver havia já alguns anos em Portugal, me chamou à atenção para que observasse melhor os programas televisivos e outros meios de comunicação social, pois – segundo ele – a maçonaria estaria a invadir as programações e a subverter assim os nossos tradicionais valores sociais.
Sem que se lhe atribuísse grande crédito, também o timoneiro da Madeira se referia de vez em quando de forma muito negativa à maçonaria e aos cubanos do “ contnente”.
Foi agora a vez de o Bispo emérito da diocese de Aveiro, Dom António Marcelino, escrever desassombradamente no Correio do Vouga um artigo polémico sobre a maçonaria, seus métodos e objectivos, descodificando os sinais e traduzindo assim em linguagem entendível, aquilo que muitos católicos sentem há muito tempo.
Sendo ainda parcos os meus conhecimentos e observações sobre a matéria, mas numa lógica cartesiana, parece-me de enaltecer a coragem e clarividência do discurso deste Bispo, tal como admiramos a personalidade de Dom António Ferreira Gomes na sua afronta ao poder Salazarista, com o consequente exílio forçado para longe da comunidade que lhe fora confiada. Aguardamos que outros lhes sigam a peugada, pois só assim os sentiremos como verdadeiros guardiões do templo.
Não nos esqueçamos que, foi a inicial timidez ou tibieza de actuação de algum clero, que há bem pouco tempo fez os católicos perderem a luta contra a liberalização do aborto.

2 comentários:

jmov disse...

Não pretendendo fazer aqui publicidade ao Jornal do Vouga, mas para que possam ver as declarações do Sr. Bispo de Aveiro, aqui fica o link, para a referida entrevista.

http://www.terranova.pt/site/noticias.asp?acr=inf&ac=ver&id=34848

JMOV disse...

Para aceder à entrevista, copie o endereço e cole na barra de endereço.

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