quinta-feira, maio 24, 2007

Póvoa


PÓVOA


Porque fugimos?
Ontem, hoje e amanhã…
Ventos da vida esquecida,
Olhos fixos no luar,
Atenuando a tristeza do olhar…

Vibrando à luz fulgente da alvorada,
Induzida pelo sonho pleno de nostalgia,
Labirinto obscuro da mente,
Adormecendo o pensamento.

Noite e dia, nas entranhas da aldeia,
O sinal da madrugada levita,
Voluntariosamente se ergue,
À rotina da vida!

Saudades, muitas saudades…
Ocultadas pela sombra tenebrosa,
Ungidas pelo silêncio do monte,
Tomadas por quem perto passa,
Ouvidas pelo atento que espreita.

Dádiva evidente do alto,
Ele que nos guia e protege,
Libido sentido humano.

Rendidos ao esplendor da terra,
Envolvidos pelo sonho realizado,
Idolatria ténue da mente…


Fernanda Gonçalves

2 comentários:

costa disse...

Este blog tem servido também para – voluntária ou involuntariamente – nos revelarmos enquanto humanos e demonstrarmos as nossas grandezas, mas também a nossa mesquinhez e limitações.
Querida Fernanda, agradeço-te muito a homenagem carinhosa que logo no inicio fizeste ao “Adamastor” da Póvoa.
Também de toda a tua outra participação, só consigo apreender um grande virtuosismo, beleza e liberdade criativa, sem exaltação nem falsa modéstia e sem exibição de qualquer narcisismo.
Adoro a tua essência. Invejo-te o talento. Continua!!
Ass. Zé Macário

ARQUIMEDES disse...

Cara conterrânea, também eu tenho lido os teus artigos com todo o interesse. Como inteligente que és não consegues esconder toda essa tua característica.Já não te vejo há uns bons anos, mas lembro-me amiudadas vezes de ti e de toda a tua família. A vós muito do que hoje são, muitos o devem. Fostes uma casa aberta e arranjastes empregos para muito "boa" gente que ousa não vos "conhecer". Eu agradeço-vos por eles.Fostes, ainda, a primeira família com algum sentido empresarial, numa terra sem futuro. Lembro-me imensas vezes da velhinha Ford que fazia as delícias da minha infância. Igualmente lembro o seu condutor, figura ímpar do ilusionismo local e outras tantas habilidades. Tenciono, em data oportuna, falar um pouco disso, com a nostalgia do tempo que passou e o carinho que a gente boa merece. Um abração

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