sábado, junho 09, 2007

Pelo ano de 1997, tinha eu somente 3 anos mas lembro-me vagamente de algumas brincadeiras com o meu avô pela Póvoa fora. Deveria ser Verão, pois guardo na memória que os dias eram longos. No entanto, estava um dia nublado e eu tinha acabado de acordar, enquanto o meu avô já acordara havia muito tempo e já preparara, como era seu costume, o nosso pequeno almoço. E que rico pequeno almoço!
Prontos assim para as nossas brincadeiras, fomos tirar o nosso “comboio” da loja e partimos à aventura.
Ficavam pasmadas aquelas pessoas ao verem passar estes dois tontos pelas ruas da Póvoa, naquele carro de rodas de madeira, que mais parecia do tempo dos FLINSTONS. Como este meu velho gostava de me arrastar naquele carroço!
Como eu adorava fazer aqueles passeios matinais depois do pequeno almoço ricalhaço!
Hoje quando eu apareço pela Póvoa, há sempre alguém que me lembra disto, fazendo acordar a minha saudade...
Mas agora já não é assim, eu cresci e ele está mais velho, um ancião, como gosta de ser chamado , e de vez em quando, nós lá fugimos dos olhos da minha avó e vamos dar uma volta pelo souto fora. Não há vez nenhuma em que nós não trazemos uma giesta atrás para acender a fogueira para o almoço. Às vezes também pegamos no carro e vamos dar umas voltas às aldeias vizinhas. Houve uma vez que parámos num café e ficamos a falar sobre as malandrices que o meu avô fazia (às “cotas” da altura) quando era mais novo. Nesse dia esquecemo-nos das horas e só chegamos a casa por volta das nove da noite. Nunca mais me esqueço desse dia, porque o meu avô apanhou um raspanete do tamanho do Zé Macário, ( que dizem, que era muito alto, porque eu não o conheci).
Eu cresci. Passo mais tempo fora de casa, com os amigos, mas nós ainda nos divertimos a valer.


Ass: Nuno Costa

2 comentários:

jmov disse...

Muito bem Nuno.
Mais uma bonita colaboração dada a este blog pela juventude.
As experiências vividas por todos vós, são bem diferentes das do nosso tempo, e por isso é sempre com grande agrado que lemos e relemos esses vossos momentos.
No nosso tempo apenas quando conseguíamos arranjar uma bola, lá se deslocava a malta até ao Lavradio, Tapadinha ou Santa Cruz, onde fazíamos a delícia dos mais velhos, nos jogos contra Juvandes, Quintela, ou outro povo. No fim, lá havia umas pedradas de lado a lado, e assim se passaram os nossos anos.
Pode ser que qualquer dia, alguém aqui faça o relato de um desses jogos. Vão ver como eram engraçados, e o nosso tempo passado de maneira bem diferente do vosso.
Esperamos por tudo isto, que os mais novos continuem a deliciar-nos com os vossos contos.

ARQUIMEDES disse...

Meu jovem, que bom ter um avô assim! Eu tive o "desprazer" (desculpa-me o brasileirismo)de o conhecer quando ainda não era avô, quando ainda era muito jovem, talvez da tua idade. Adivinhava-se que ele iria ser o que as tuas palavras insinuam que ele é - um bom amigo e companheiro. Nesses tempos era um pouco diferente. Era simplesmente o tal Zé Macário de que falas, sinónimo de "enfant terrible" e a que hoje chamaríamos de hiperactivo. Ao mesmo tempo era um rapaz tão inteligente que actualmente seria rotulado de sobredotado. Quanto aos "cotas", muitas vezes são chatos, mas muitas outras têm razão. Com eles aprendem-se algumas coisas interessantes e que nos ajudam a crescer. Sob o meu ponto de vista, os carroços que o teu avô te fez e outras tantas brincadeiras, fê-lo por ti, mas também porque, na sua época, não teve oportunidade de o fazer, por falta de tempo e por nem sequer dispor de uma serra, de um martelo ou de um simples prego. Nunca é tarde para brincar e a brincar aprende-se. Quanto a esta tua participação, os meus parabéns! É óptimo que jovens como tu comuniquem desta forma clara e saudável. Pratica e serás mestre. Traz um amigo contigo, e outro e outro. O presente agradece e o futuro tal vos impõe. Um abração

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