sábado, junho 02, 2007

vim viver para a aldeia

Vim viver para a aldeia,

Para a casa que era dos meus avós,

O meu pai combinou com os meus tios,

E a casa ficou para nós.

A minha casa

Fica no cimo da povoação,

Onde vivo com os meus pais,

O meu Gonçalo e o meu João.

Vivo no campo,

Em contacto com a natureza,

Onde os pequenos bichos e passarinhos

Nunca revelam tristeza.

É muito agradável logo de madrugada,

Ouvir o rouxinol

Na sua canção afinada.

Já conheci coisas,

Que nunca tinha visto,

De fazer novas descobertas

Eu não desisto.

Vou falar de animais,

Que aparecem mais no verão,

Desde a formiga e a cigarra

Até à cobra e ao sardão.

A formiga é muito diligente e graciosa,

A cigarra boa cantadeira mas preguiçosa,

A formiga preta é pequenina,

Vive numa casa sem porta nem janela,

Por vezes carrega um corpo,

Dez ou vinte vezes maior que ela.

A cigarra tem vida de rainha,

Não quer fazer nada,

Quando chega o Inverno, pede à formiguinha.

De vez em quando

Uma cobra atravessada no caminho,

Muito parada e quieta

Para ver se hipnotiza um passarinho.

Lá vai uma pedrada

A segunda e a terceira,

Se ela não faz nada,

Acabou a brincadeira.

Os sardões são inofensivos,

Não fazem nenhum mal,

Eu falo de uns pequeninos,

Que se escondem no muro do meu quintal.

Admiro muito o grilo,

Com a sua capa de estudante,

Calado ou a cantar

Apresenta-se galante.

Onde eu moro é Santa Cruz,

O nome do lugar

Vocês não imaginam,

Como é bom cá morar.

Perto há um cruzeiro

Que coroa a povoação,

Que recorda a fundação de Portugal

E a sua restauração.

Eu já fui vê-lo de perto,

Com o qual me admirei,

Também dizem que viveram aqui,

Povos do tempo do nosso 1º rei.

Não cheguei muito perto,

Porque está em cima

De um grande penedo,

Mas as datas lá escritas

Não têm segredo

A minha casa fica junto à capela,

Onde se venera a linda Santa Luzia,

Venham ver o cruzeiro,

Que eu sirvo de guia.

Póvoa, 26 de Maio de 2007

David Gonçalinho Loureiro ( 12 anos )


5 comentários:

jmov disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jmov disse...

Parabéns David.
Fiquei maravilhado com o teu poema.
Como é bom podermos contar com o teu contributo, mais ainda quando se trata de podermos ler as experiências vividas de gente tão nova.
Mesmo não te conhecendo, aqui te envio um abraço de parabéns, e ficamos a aguardar mais participações tuas.
Jorge Venâncio

ARQUIMEDES disse...

Meu pequeno grande homem, estou feiz por seres feliz. Muitos meninos gostariam de ter a possibilidade que tu tiveste. Admiro a tua sensibilidade para as coisas boas da vida e sobretudo para com a mãe Natureza. Parabéns para ti e para quem te ensinou a ser assim. Se continuares a ser assim, um dia serás maior e por todos reconhecido.

cão disse...

Meu caro David:
Que alegria seria para todos os professores terem alunos que lhes escrevessem tão bem como tu o fazes.
Continua assim e não necessitarás de ter diplomas fictícios, como ultimamente vemos.
Um beijão de parabens
Fernanda

costa disse...

Parabéns pelo texto.
É engraçado como alguém da Póvoa consegue ter interesse por coisas simples e tão belas que aí existem, normalmente só apreciadas por pessoas de fora ou por pessoas que daí saíram há muito.
Continua a escrever...

Ass: Teresa

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