terça-feira, outubro 17, 2006

A minha outra estrela perdida

Guardo com indizível nostalgia
a verdadeira serenidade,
a tranquila paz que transmitia,
e o quanto os outros respeitava
e por igual ao seu jeito amava,
um especial velhinho
o meu avô, a quem eu chamava padrinho!

Como posso esquecer,
os seus olhos doces e pequenos
e do universo da minha memória varrer
os seus gestos meigos e serenos?!...
ou a segurança que se esentia
quando com ele se convivia,
ou ainda o exemplo que foi de bondade
correcção e solidariedade?!

Aquele homem virtuoso
trabalhador infatigável
sincero e generoso
sempre foi para todos agradável.
nunca se lhe ouviu queixume
desencanto ou azedume,
aceitando a vida com humildade,
vivendo-a honestamente e com serenidade!

Consta que era jovem charmoso e atraente
porém humilde e por isso dos outros diferente;
a caça foi a sua grande paixão
não dispensava ler à noite a bíblia,
porém, foi à família,
a quem se entregou com infinita dedicação!

Mas tal como a outra estrela que perdi,
também esta sucumbiu na medonha escuridão!
Abraçou submissa o seu derradeiro luar,
aquele que um dia, para sempre a veio buscar
e nunca mais a vi!
O que restou dela, foi uma perda sem solução
um indescritível vazio
um sentimento gélido de causar arrepio!!!

Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte
Cacém, 17/10/2006

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