terça-feira, setembro 12, 2006

Festas em Honra de Nossa Sra. do Pranto

Quando o incrível se torna realidadeu
Olhou Deus um dia de relance a sua criação. Fixou o olhar sobre um pequeno pedaço de terra à qual se dera o nome de Póvoa de Vila Nova de Souto D'El-Rei; uma ínfima porção do imenso mundo que Criara e na Sua Infinita Bondade e Justiça, disse Deus: -Farei deste povo um ícone de sabedoria, criatividade, inteligência, competência e de determinação!
Libertem-se pois, das amarras do anonimato de agora em diante os filhos desta terra. Que estes sejam exemplos a seguir. E a profecia cumpriu-se!...
Esta introdução serve para melhor se compreender um acontecimento fabuloso!
A Póvoa é reconhecidamente berço de pessoas com grande valor moral e intelectual: gente honesta trabalhadora e empreendedora, gente das letras, das artes, da educação, da saúde da segurança, das novas tecnologias, militares...apesar disso vivia num claro isolamento, sem actividades festivas, sem projecção social, sem visibilidade, sem nada... mas a Póvoa -espero eu -não mais voltará a ser a mesma, porque em 2005 foi lançada à terra a semente que germinou e se veio a traduzir numa radical mudança: Fez-se neste ano a primeira festa na aldeia após pelo menos cinco dezenas de anos, o que é extraordinário tendo em conta ainda que esta festa foi
organizada por um reduzidíssimo número de pessoas corajosas e empenhadas naquele projecto que levou a cabo algo que quase parecia impossível. O meu bem haja a estas pessoas.
Nomeou-se uma comissão de festas para o ano de 2006 composta por elementos dinâmicos e ávidos de realizar um trabalho memorável e inédito, pensado ao pormenor de modo a surpreender, a animar e a divertir os conterrâneos e os visitantes; o que veio a acontecer!
As festividades em honra de N.ª Senhora do Pranto -padroeira da terra - tiveram início com a abertura de uma exposição de Artes Plásticas/artesanato e a apresentação de um livro de poesias de um conterrâneo já falecido, José Gonçalinho de Oliveira. A qualidade dos trabalhos apresentados nesta exposição superou todas as nossas expectativas, pela variedade e beleza estética que todos eles apresentavam, para além das diferentes variáveis ao nível das técnicas de expressão e execução e do valor artístico de cada objecto. È de salientar a participação activa e desinteressada de muitas pessoas, que se envolveram neste trabalho, tornando possível esta actividade inédita na Póvoa, que resultando num grade sucesso. Seguidamente foi apresentado à população um DVD, que traduzia o aspecto geral da terra e iniciado com a reprodução de uma música de outro falecido conterrâneo, José Duarte de Oliveira recriada e reinterpretada pela Tuna de Contabilidade do Porto. Ao longo deste vídeo, foram declamados alguns poemas de José
Gonçalinho de Oliveira , pelo seu filho mais velho.
As tradições que remontam ao tempo dos nossos pais e avós ao nível das danças cantares e teatro, foram recreadas com muita graciosidade pelas jovens raparigas e mulheres lá residentes, fazendo as delícias de muitos que reviviam desta maneira o seu passado e que para os mais novos eram reconhecidas como uma herança cultural a preservar.
As crianças foram peças fundamentais na festa, cantando representando e dançando desinibidamente e com muita piada, cumprindo a rigor o seu papel .
Houve "comes e bebes " gratuitamente para toda a população, tendo sido um momento também ele muito interessante.
Para um desfecho ainda mais feliz sobretudo para os grades foliões, contou-se com a presença de três conjuntos musicais e o grupo de Arneirós das concertinas que tanto agradam ao povo da Póvoa.
No Domingo a banda de música de Eira Queimada fez a alvorada, mas os momentos altos destas festividades foram a missa concelebrada pelo recentemente ordenado padre Hermínio e o nosso pároco que é uma figura extraordinária. A missa foi uma cerimónia belíssima acompanhada pela banda atrás citada e a procissão que ficará na memória de todos nós, pela participação do povo, pela beleza da decoração dos andores; salientando-se o bom gosto sobretudo na decoração do andor de N.ª Senhora do Pranto.
A folia continuou durante o dia com as concertinas etc.
Na Segunda feira foi o encerramento das festas com fados aos quais lamentavelmente já não tive a oportunidade de assistir!
Fazendo um balanço pessoal e subjectivo de tudo quanto foi feito, penso que não exagero se disser que foi tão importante para todos os filhos e amigos da Póvoa este acontecimento, que funcionou quase como um compromisso de grande amizade partilha e sociabilização entre todos nós!...
Parabéns a todos quantos se empenharam incansavelmente para que se fizesse uma festa tão fantástica!!!
Termino com uma frase de um dos maiores cientistas de todos os tempos
"Deus não nos esconde nada, apenas quer que procuremos melhor"
Albert Einstein (1879-1955)

Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte
Agualva, 31 de Agosto de 2006

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