sexta-feira, novembro 03, 2006

RAZÕES PARA ESCOLHER A VIDA:

(2.ª parte do Editorial do Arauto d’El-Rei “Sim à Vida; não à Morte”)


1.º O ser humano está todo presente desde o início da vida, quando ela é apenas embrião. E esta é hoje uma certeza confirmada pela Ciência: todas as características e potencialidades do ser humano estão presentes no embrião. A vida é, a partir desse momento, um processo de desenvolvimento e realização progressiva, que só acabará na morte natural. O aborto provocado, sejam quais forem as razões que levam a ele, é sempre uma violência contra um ser humano, que nenhuma razão justifica eticamente.

2.ª A legalização não é o caminho adequado para resolver o drama do “aborto clandestino”, que acrescenta aos traumas espirituais no coração da mulher-mãe que interrompe a sua gravidez, os riscos de saúde inerentes à precariedade das situações em que consuma esse acto. Não somos insensíveis a esse drama; na confidencialidade do nosso ministério conhecemos-lhe dimensões que ninguém conhece. A luta contra esse drama social deve empenhar todos e passa por um planeamento equilibrado da fecundidade, por um apoio decisivo às mulheres para quem a maternidade é difícil, pela dissuasão de todos os que intervêm lateralmente no processo, frequentemente com meros fins lucrativos.

3.º Não se trata de uma mera “despenalização”, mas sim de uma “liberalização legalizada”, pois cria-se um direito cívico, de recurso às instituições públicas de saúde, preparadas para defender a vida e pagas com dinheiro de todos os cidadãos.
Penalizar ou despenalizar o aborto clandestino, é uma questão de Direito Penal. Nunca fizemos disso uma prioridade na nossa defesa da vida, porque pensamos que as mulheres que passam por essa provação precisam mais de um tratamento social que penal. Elas precisam de ser ajudadas e não condenadas; foi a atitude de Jesus perante a mulher surpreendida em adultério: “Alguém te condenou?... Eu também não te condeno. Vai e doravante não tornes a pecar”.
Mas nem todas as mulheres estão nas mesmas circunstâncias e há outros intervenientes no aborto que merecem ser julgados. É que tirar a vida a um ser humano é, em si mesmo, criminoso.
……..
Pedimos a todos os fiéis católicos e a quantos partilham connosco esta visão da vida, que se empenhem neste esclarecimento das consciências…
(Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência episcopal portuguesa sobre o referendo ao aborto)

Vila Nova de Souto d’El-Rei, 2 de Novembro de 2006
P. Assunção

2 comentários:

JMOV disse...

Este é o relato de duas noites de pesadelo de uma mãe, que hoje se enche de orgulho por ter vencido.

Olá, mamã, tudo bem? Eu estou bem, graças a Deus
Faz apenas alguns dias que fui concebido em sua barriguinha.
Na verdade, estou feliz em saber que você será minha mãe.
Outra coisa que me enche de orgulho é ver o amor com que fui concebido.
Tudo parece indicar que eu serei a criança mais feliz do mundo!
Mamã, já se passou um mês desde que fui concebido. Estou muito feliz! Mas há algo que me deixa preocupado...
Que há na sua cabeça que não me deixa dormir?
Mamã, o que foi? Por que chora tanto todas as noites???
você e o papa , gritam tanto um com o outro.
Já não me querem mais ou quê? Vou fazer o possível para que me queiram...

Hoje de manhã fomos ao médico e ele marcou uma visita para amanhã...
Mamã, já é dia, aonde vamos? O que está aconter, mamã?
Mamã, não se deite, ainda são 2 horas da tarde, não tenho sono, quero continuar a brincar com as minhas mãozinhas.
Êi!!! O que faz esse tubinho na minha casinha?!
É um brinquedo novo? Olha!!!
Ei, por que estão a sugar a minha casinha?!
Não vê que ainda sou muito pequeno para me defender sozinho?
Mamã!!! Espere, essa é minha mãozinha!!!
Mãe, a minha perninha, está a ser arrancada!!!
Mamã, me defenda!!!
Mamãe, me ajude!!!

(A mãe acordou do pesadelo e já não compareceu à consulta que tinha marcada. Hoje rejubila com a decisão que tomou.)

E se esta lei existisse anos atrás?
Quem de nós não sente orgulho por ter irmãos?!
Quem nunca ouviu alguem dizer:
"Gostava tanto de ter um irmão ou uma irmã?"

JMOV disse...

O texto acima transcrito, não pretende ser qualquer comentário.
Apenas pretende alertar quem de direito, para a necessidade de serem criadas condições para que as mães não tenham de passar por este tipo de pesadelos, antes durante e depois.
Jorge Venancio

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