domingo, fevereiro 11, 2007

Restauro da Capela

Memória descritiva
Com a devida vénia, publicamos o texto da memória descritiva, que nos foi enviado pela Firma especializada em Conservação Preventiva, Restauro e Peritagem de Arte e Inventários, após a sua visita à nossa capela da Póvoa.

MEMÓRIA DESCRITIVA
“Trata-se de um tecto em abóbada de canhão, com tábuas corridas de madeira de castanho.
Este elemento, enquadra-se na tipologia estilística no Rococó (barroco final). A presença de elementos arquitectónicos que nos remetem para perspectivas em “tromp l’oeil”, a obediência a um ritmo simétrico e, mesmo o cromatismo forte, são uma constante na pintura desta época.
Pelo que tivemos a oportunidade de observar, apesar de manifestar um carácter popular, a pintura oferece alguma desenvoltura de execução.
Em termos estruturais, não são visíveis grandes deformações, pelo que, pensamos que o suporte deste tecto se encontre em razoável estado de conservação. No entanto, só após desmonte parcial das tábuas do tecto, se poderá confirmar esta situação.
A degradação visível do material lenhoso resulta fundamentalmente da entrada de água pela cobertura, responsável pela destruição das tábuas do tecto junto à parede do coro.
As variações termo-higrométricas que decorrem dos períodos de molhagem/secagem aceleram sempre o processo de degradação do lenho. Directamente, pelas contracções e dilatações que provocam, originando o surgimento de juntas e fissuras abertas e, indirectamente, com a criação de ambientes favoráveis ao desenvolvimento de bactérias e insectos xilófagos que, neste caso, parece tratar-se de Coleópteros.
Algumas tábuas desta abóbada perderam grande parte da sua resistência mecânica.
Existem zonas onde o lixo e o entulho acumulado provocaram deformações no material lenhoso”.

Nota: O texto seguinte será com a proposta de intervenção e o orçamento previsto. Antes, porém, pareceu-nos que devemos ter conhecimento do valor que tem a capela, das suas características e da necessidade de nos sensibilizarmos para a sua conservação, através de uma colaboração conjunta.
A Firma, em causa, é a recomendada pela Comissão Diocesana de Arte Sacra, porque tem dado provas, ao longo de 10 anos, com intervenções nas Igrejas e capelas da nossa diocese, de reconhecida competência.
P.Assunção

2 comentários:

JMOV disse...

Não há dúvida Dr. Assunção, o senhor agarrou este projecto com uma convicção e coragem surpreendentes!
Partamos para o restauro confiantes, seguindo o seu exemplo.
No seu texto o senhor alerta-nos para um facto, que de algum modo nos deve deixar tranquilos ao afirmar, que a equipa técnica que irá intervir nestas obras de restauro, foi recomendada pela Comissão Diocesana de Arte Sacra. Portanto não há que recear.
Tudo vai correr bem!

Celeste Gonçalinho O.Duarte

Anónimo disse...

Depois das últimas imagens e da memória descritiva, é chegada agora a hora de unirmos esforços e todos nós contribuirmos com algum do nosso esforço para conseguirmos salvar aquilo que a todos pertence. O contributo de cada um, muito ou pouco, será sempre uma parte importante para este projecto. As gentes da Póvoa não vão querer perder a sua capela, ou perder a riqueza dos seus altares ou do tecto. Vamos todos contribuir. Podem contar com o meu contributo também.
Jorge

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