quinta-feira, novembro 01, 2007

PÓVOA, TERRA DE GENEROSIDADE

PÓVOA, TERRA DE GENEROSIDADE…

Se há epítetos que se ajustam a esta terra, um é o de “gente culta”. Mas não se esgota neste apanágio a sua caracterização. Estou em crer que outros se lhe podem atribuir, menos apelativos é certo, mas não menos surpreendentes. Um deles será o de “terra de generosidade”. Para quem escuta os anseios e reparte sonhos e vivências, semana a semana, nesta porção do povo de Deus, vai descobrindo com grande edificação a sua forma nobre e peculiar de estar na vida.
São ilações pessoais, decorrentes das obras que estão em curso sobre o tecto da nossa capela. No início, não havia uma terça parte sequer, do montante necessário. Hoje, nas minhas previsões, já só faltará uma terça parte. Isto porquê? Nem eu próprio sei explicar totalmente. Abrindo o Evangelho, detectamos com a passagem do óbolo da viúva, (a mulher vista por Cristo a deitar duas moedinhas no cofre do tesouro do templo): “Digo-vos na verdade que essa pobre viúva deitou mais que todos os outros, pois eles deitaram do que lhes sobejava para as ofertas de Deus, mas ela, na sua indigência, deitou tudo o que tinha para viver”(Lucas 21, 2-4).
Têm sido vários os donativos, à imagem do elogiado por Cristo no Evangelho. Alguns preferem ficar como anónimos. Mas no final tudo será divulgado, isto é, publicar-se-ão todas as receitas e despesas implicadas com o empreendimento.
A todos agradeço, mas para estes últimos, faltam-me as palavras: só Deus o poderá fazer com justiça.
Na minha perspectiva de responsável pela pastoral deste lugar, não posso também deixar de recordar as três dimensões da Igreja à qual pertencemos e nas quais somos chamados a cooperar: a catequética (de anúncio); a litúrgica (de louvor); e a sócio-caritativa (de partilha). Nesta pequena/grande obra, a da conservação e restauro da capela, estão todas as dimensões concretizadas. Apostamos em restaurar a catequese das pinturas, em continuar a louvar a Deus com um espaço condigno e a permitir que a dimensão social e caritativa da Igreja se manifeste. Mobilizados para a comunhão e partilha, dignificaremos o presente, mereceremos o passado e projectamos o futuro.
Cultura+Fé=Generosidade.
Cito o papa João Paulo II, quando em Fátima falava aos portugueses numa das suas visitas: “Fé que não se faz cultura é uma fé não plenamente acolhida, nem suficientemente reflectida, nem fielmente vivida”.
Se ele tivesse visitado a Póvoa, imagino-o a dizer: Se a cultura for iluminada pela fé, jamais acabará a generosidade.

Pe. Assunção

1 comentário:

ARQUIMEDES disse...

Parabéns para si, senhor padre Assunção, pessoa por quem nutro enorme simpatia pessoal e o maoir respeito.
Como sempre, a mensagem dos grandes líderes e, se quiser, dos verdadeiros pastores é capaz de mover montanhas e ultrapassar horizontes.
Todavia, permita-me que dissocie este fenómeno de uma questão de fé. Cultura, talvez. Sensibilidade sim. Generosidade inquestionável.
De qualquer forma, quaisquer que sejam as motivações, no sucesso desta iniciativa, estão, sobretudo, a dedicação e a credibilidade de todos os intervenientes, com especial destaque para a comissão e para o autor deste mesmo blog que sempre que se abre, apela à generosidade individual. A partilha será, porventura, a tarefa mais fácil de toda esta envolvência.
Um abraço para todos e, já agora, recordo que existem também outras grandes causas, muitas delas, imateriais.

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