terça-feira, março 07, 2006

Ouvi um dia contar...

Ouvi um dia contar
Não me lembro do lugar,
uma lenda ancestral
Típica e original
Passada pelos antigos
À família e aos amigos
Em conversas animadas,
Em serões e desfolhadas.
Conta-se que cinco sinos falaram
E entre eles repicaram,
sinais
nada habituais
Empreendendo diálogos
Em tudo análogos
A troça e sarcasmos
Muito pouco amistosos,
Todos eles de vizinhos povos.
Tratando-se de adversários,
Aparentemente em coisas contrários,
Boa coisa não diriam!...
Ora vamos então ver,
se outra coisa poderia ser…
Sino de Quintela - Meu pai morreu ontem! Meu pai morreu ontem!
Sino de Juvandes – Que te deixou? Que te deixou?
Sino de Melcões – colcha velha, colcha velha,
Sino de Meijinhos – Mas tem lêndias… mas tem lêndias…
Sino da Póvoa – Se as tem tira-lhas!... Se as tem tira-lhas!...
E agora digam lá
De que forma hoje comunicará
o nosso sino com os restantes?
Não haverá motivos bastantes?!
Perderia a autoridade
Com a velhice, com a idade?!...


Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte

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