quarta-feira, março 26, 2008

A POLÉMICA DATA DA PÁSCOA, TRADIÇÕES E SIMBOLOGIA

1- Já várias pessoas me perguntaram porque não se celebra numa data fixa o dia de Páscoa, tal como o Natal, por exemplo.
De facto, o problema dessa data já não é de agora. E nada me repugna se um dia vier a estabelecer-se uma data fixa no ano, sempre a um Domingo, certamente. Trata-se de uma questão disciplinar e não dogmática.
No princípio, os cristãos mantiveram a data móvel, porque, segundo o livro do Êxodo, já os judeus celebravam a festa da Páscoa, anualmente, no 14.º dia depois do equinócio da Primavera, em comemoração da saída do Egipto, dirigida por Moisés. As cristandades da Ásia continuaram a celebrar a Páscoa nesse dia 14, qualquer que fosse o dia da semana. Em Roma e no resto da Igreja, celebrava-se no Domingo seguinte a esse dia 14 de “Nisan”. No século II, acaba por prevalecer o uso romano, que escolheu o Domingo seguinte à Páscoa judaica, porque Cristo ressuscitou a um Domingo (em latim “dominicus” = dia do Senhor).
Continuando a existir conflitos por causa da data, o concílio de Nicea no ano 325 d.C, para dirimir a controvérsia, determinou que se celebrasse sempre no Domingo seguinte à primeira Lua Cheia que ocorre após o equinócio da Primavera boreal.
Sendo assim, já sabemos que a Páscoa pode cair entre 21 de Março e 25 de Abril. E todos os anos, há que verificar o calendário para ver se a Páscoa é alta ou baixa. No meu ponto de vista, seria mais cómodo para nós não terem respeitado o dia da festa judaica e desprenderem-se totalmente dessa data móvel, para celebrar antes a Ressurreição, num dia anual fixo de Domingo.
2- Tradições: o coelhinho e os ovos de Páscoa
A figura do coelhinho está simbolicamente relacionada com esta data comemorativa, pois este animal representa a fertilidade. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinónimo de preservação da espécie, numa época em que o índice de mortalidade era altíssimo. No Egipto Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas.
A relação entre a reprodução e os significados religiosos da Páscoa está na esperança de um vida nova, que emerge quer da significação da festa judaica quer da cristã.
E os ovos da Páscoa? Também se situam neste contexto de fertilidade e de vida. Chocolates, enfeites e jóias tomam a forma de ovos nesta quadra pascal. Em suma, nós os cristãos temos motivos para festejar a Ressurreição do Senhor. Ela é o centro e a razão da festa. “Se Cristo não tivesse ressuscitado seria vã a nossa fé”.
3- Na capela da Póvoa, este ano houve um acrescido motivo de alegria pascal. O tecto sofreu obras de restauro. Estão praticamente concluídas as obras. Por cima do altar, na capela-mor, ergue-se, em bela pintura, um Cristo Ressuscitado. Só lhe falta uma iluminação adequada para o valorizar. Ao tecto, que Ele, na sua glória, já não pode morrer, ressuscitou. Aleluia.
Continuação de feliz Páscoa para todos.
Pe. Assunção

1 comentário:

Anónimo disse...

Partilho as saudações efectuadas pelo reverendo padre Assunção. A questão da data da celebração da Páscoa é oportuna e disso se questiona o povo há muitos anos. Outros e tantos esclarecimentos serão sempre bem-vindos. Parabéns e prossiga a caminhada.

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