quinta-feira, julho 13, 2006

Desenhei a minha terra no céu

Desenhei a minha terra no céu
Pensando que o mundo inteiro a via,
O céu abriu-se em dois longos braços
E entre carícias e abraços
No seu longo véu a envolvia!...

Fiquei perplexa e embaraçada,
Julgando perdê-la realmente
E reflectindo sobre o meu acto imprudente
Decidi pintar no chão uma extensa escada,
Tão longa que ao céu me levasse
E de novo a minha terra me mostrasse!

Sem pensar em mais nada,
Subi até ao topo rapidamente,
Mas foi tentativa frustrada!...
Desceu sobre mim um sopro de vento,
Rodopiou à minha volta intenso,
Perdi-me num imenso nevoeiro
No seu denso aguaceiro…

Imaginei então
Pintar um grande coração,
Numa nuvem branca e leve
Suave como algodão ou como a neve,
Que subisse bem alto
E tomasse aquela aldeia de assalto!...
Um símbolo para mostrar ao mundo também
O meu apego, o meu afecto à minha terra mãe!!!

Estranhamente a nuvem o meu sonho embalou,
De imediato no universo se expandiu
E em muitas outras se dividiu;
De tal forma no céu se concentrou
Que de novo encontrou
A minha jóia perdida
A razão de ser da minha vida!...

Devolveu-me o meu modesto desenho,
Onde com determinação e empenho
Eu representara outrora
A minha humilde terra
E que guardo agora
Com a esperança de um dia,
Poder mostrá-la ao mundo, tal como pretendia
Com a mesma determinação
E igual emoção!!!
Que nesse momento me movia!!!


Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte

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