sexta-feira, junho 23, 2006

Minha estrela perdida

Balada para uma velhinha

Em minha vida houve uma estrela
Pequena, frágil e bela
Não na sua aparência
Mas em toda a extensão de sua longa vivência!...
Uma beleza interior,
Que transbordava de amor
Por mim, por todos quantos viu e ajudou a nascer…

Esta minha estrelinha,
Além de avó, deu-me o nome; foi minha madrinha!
Uma alma especial
E abismal,
Contudo pequenina!...
Sempre a si mesma igual…
Em tudo na vida coerente
Frontal, como o vidro, transparente
Totalmente independente!...
.
Seus olhos pequenos,
Serenos,
Espelhavam sabedoria,
Não aquela que aprenderia,
Se um dia
Tivesse ido à escola;
Porém para ela fora,
Uma aprendizagem certeira,
Feita não sei de que maneira,
Que fez dela,
O que ela era.

Um ser admirável
E incomparável
Em tudo,
Sobre tudo,
Em cada resposta que dava
Sempre inesperada
E a cada situação adequada.
Seu carácter pleno de talento
Um olhar
A transbordar
De afecto
Um espírito repleto de humor!...

Um dia, a sua já pálida alegria
Transfigurou-se na névoa que a levou
Que a vida não lhe poupou
E entre outras estrelas
Como ela belas,
Sua vida no infinito ecoou!...
Perdeu-se numa imensa penumbra
Longínqua, profunda!...
Quis abraçá-la
E contra mim aperta-la,
Mas escapou-me da mão
Ferindo irreversivelmente meu coração!...

A lembrança que dela tenho,
Não a trocaria por nada
É de compreensão e de harmonia
E eu tudo faria
Para recuperá-la,
Porque foi a minha fada,
Ensinou-me a crescer do nada
Foi a minha luz e minha guia
Quando crescia
Quando precisava!...


Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
JMOV disse...

Uma só palavra.
"lindo"

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