sábado, setembro 10, 2011

FESTA DA PÓVOA 2011

Ora lá estive mais uma vez na Póvoa, nas festas de Nossa Senhora do Pranto.
Três dias antes das festas, só havia quatro carros estacionados na aldeia.
Um dia antes das festas se iniciarem, o trânsito já estava todo congestionado pelos carros estacionados, e um dia depois das mesmas, a aldeia estava novamente deserta – o que quer dizer que muita gente se deslocou à Póvoa exclusivamente para participar nos festejos.
Embora um pouco menos animadas do que em anos anteriores – talvez pelo espírito da crise – decorreram no entanto com mais uma inovação.
A novidade deste ano foi a actuação de bombos e gigantones, que, com esmero, deram mais algum colorido às festividades. Pena que não fossem – como deviam – acompanhados pelos mordomos.
A missa campal – que começou meia hora mais tarde do que o anunciado - teria sido a beleza sintetizada, com actuação de um coro afinadíssimo, não fora o longo e enfadonho discurso do pregador, que, com os ombros vergados pelo carrego dos títulos (padre, doutor, vice-reitor, cónego) a deslustrou um pouco, perdido que esteve na baba das palavras, saturando as pessoas, e não encontrando forma de acabar.
Com o dinheiro que habitualmente se paga pelo sermão, poder-se-ia ter contratado um eloquente crisólogo.
A procissão foi lindíssima – como sempre.
A tarefa dos festeiros está cada vez mais facilitada, o que constitui motivo para que as festas atinjam cada vez maior brilho - pelo menos assim o esperamos todos.
Porém, porque considero muito importante a simbologia das coisas e a linguagem dos símbolos, teço ainda o seguinte comentário:
- Considero que, quando a seguir à alvorada, a banda dá a volta ao povo, vai fazer uma saudação festiva a todos e a cada morador, pelo que acho que as pessoas deviam sair à porta, e receber e corresponder a essa saudação. Ora como tal não tem acontecido, isso pode reflectir alguma falta de cortesia.
Se pode constituir motivo de «ofensa», a banda deixar algum morador sem visita, também não me parece curial que as pessoas não correspondam às respectivas saudações.
Estranha, foi a ausência de Jorge Venâncio, principal entusiasta das festas – ao que parece por impossibilidade pessoal.
Também estranhei muito não ver este ano caminhar todos inchados à frente da procissão, o presidente da junta e um tal Amândio – talvez reflexo do descrédito a que o povo começa a votar estes autarcas.
Pró ano lá estaremos, se Deus quiser.


Zé Macário

2011-09-03

2 comentários:

jmov disse...

Meu caro Zé.
Começando pelo fim: Sim, este ano com bastante pena minha não me foi possível estar, muito embora tudo estivesse preparado para ir de autocarro, mas imprevisto de última hora não me permitiram.
Quanto ao restante do teu post, quero começar por te agradecer e claro, á Paula, a colocação das fotografias. Estão muito boas. Penso que depois destes anos todos e sempre com uma ou outra inovação, será uma tristeza deixar-se morrer a festa. A crise como dizes instalou-se, mas para uma missa, procissão e encontro de famílias, há sempre.
Quanto ao restante, estou cem por cento de acordo com toda as tuas críticas e desejo que as mesmas possam vir a motivar as pessoas para se melhorar o que ainda está menos bom.
Penso que na Póvoa há muita matéria humana com grandes capacidades, para se poder vir a fazer coisas boas, que sirvam para todos nos orgulharmos e termos condições bem melhores que as existentes onde nos possamos encontrar e desfrutar de alguns momentos de amenas cavaqueiras.
Dê-se o primeiro passo hoje, porque já perdemos muito tempo e amanhã poderá ser tarde.
Um abraço para ti, parabéns á comissão cessante e felicidades para a nova comissão eleita.
Jorge Venâncio

Anónimo disse...

Meu caro primo
Foi c/muito agrado que li o teu comentário no blogue da Póvoa, desde já os m/mais sinceros parabéns. É constado que para o ano não haverá festa, mas como é habitual todos os anos dizerem a mesma coisa, quero querer que isso não tenha qualquer fundamento, até porque, hoje mais que nunca, há todas as condições para que a mesma se realize, ao contrário de alguns anos atrás, em que foi preciso arranjar tudo, inclusive o local onde se iria montar o palco.
Há um assunto, que pretendo aqui focar e que tem sido badalado com bastante frequência, porém nunca se chegou a um consenso, que é o caso da casa da eira. Tal como disse, o assunto tem sido tema de conversa em quase todas as festas, porém tem ficado sempre em águas de bacalhau, penso que é altura de dizer basta, pois tal como eu há mais pessoas que querem colaborar neste projecto, posto isto, acho que devemos juntar-nos, nomear uma comissão e começar a trabalhar nesse sentido, desde já estarei à inteira disposição de todos os que queiram colaborar.
Um forte abraço

José.M.O.Venâncio
Lamego; 6 de Setembro de 2011

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