É tempo de arregaçar e pôr as mãos à obra.
É tempo de nos unirmos e de fazer deste cantinho esquecido uma estrela brilhante no universo. É engraçado, eu que adoro a Póvoa, as suas gentes, a paisagem, a tranquilidade, os cheiros, os aromas e os sabores, nunca fui muito dada a conversas, prefiro apreciar, ver e ouvir o que me rodeia. Mas, agora agradeço, de certa forma, àquelas duas raparigas corajosas - Lurdes e Adriana - por terem tirado as poldras que impediam que o rio tomasse o seu rumo com a força que lhe é devida para transpor os obstáculos mais difíceis e até passar além das margens regando todos os campos por onde passa, fazendo assim renascer novas ideias e sentimentos hibernados há muitos anos. Foi a iniciativa de realizar a festa do ano transacto que levou a este turbilhão de ideias (e iniciativas )há muito guardadas no báu. Parece-me que todos nutrimos pela Póvoa o mesmo sentimento e a mesma vontade de agir. É bem verdade, todos temos uma qualquer ideia, uma qualquer vontade de fazer algo. São essas ideias e sugestões que temos de deitar cá para fora e partilhar com todos. Temos de dizer o que pensamos, pois são os pequenos actos que fazem as grandes obras. Por ser para mim mais difícil dizê-lo, aproveito este cantinho secreto - obrigada Jorge - que espero deixe de o ser, para dizer aquilo que penso. É urgente que as pessoas responsáveis - pelo poder local - aterrem a sua nave espacial e orientem o relógio do tempo para o século XXI. Irão cair em si, olhar à sua volta e verificar a realidade - a Póvoa parou no tempo. Uma pequena aldeia, com poucos habitantes, mas todos eles dignos de uma vida saudável e melhor.Onde o sino toca para cada terço com a esperança que alguém ouça as preces. Uma pequena aldeia do Norte, onde a água jorra por entre as pedras, onde as paisagens cativam o mais desatento, onde o sossego ajuda a recarregar baterias... Mas onde não existe água canalizada, onde não existem esgotos, verificando-se já em alguns sítios correrem a céu aberto tornando-se um perigo para a saúde pública e um atentado à vista. Essas pessoas que estão no centro das decisões - senhores autarcas - irão com certeza colocar a mão na consciência e tomar a atitude mais correcta e responsável, porque eu estou em crer que são pessoas que ocupam estes cargos, precisamente porque o povo as escolheu e contam com elas para melhorar as suas condições de vida. A Póvoa precisa e as pessoas merecem.
Blog de Povoa de Vila Nova de Souto D'El-Rei.---- Falando da Póvoa. É uma terra singular, um caso particular de um povo antigo acolhedor e amigo ... Esta terra também é minha de todas a rainha é onde repouso e descanso, e reponho a memória da nossa antiga história, contada nos caminhos, nos atalhos e nos velhos telhados. .... Falando da sua gente Em: http://www.povoavilanovasoutodelrei.pt.la Herminia Gonçalinho
csm
sexta-feira, janeiro 27, 2006
sábado, janeiro 21, 2006
Desabafos (por Zé Macário)
Desabafos
Há muitos anos atrás, no tempo dos nossos avós, tempo de uma população essencialmente rural e agrícola e, até meio do século passado, os baldios que compõem o monte Dufe e arredores eram talvez a principal base colectiva de sustento do povo da Póvoa. A relação deste povo com aquela montanha era uma relação de pai/filhos, pois aquele monte guardava-lhes e mantinha-lhes os rebanhos e as manadas, nutria-lhes as terras de fertilizantes naturais, secava-os e aquecia-os à lareira nas longas noites de rigorosos Invernos e era o seu principal elemento de trabalho e recreio. A partir desta altura, com a florestação, o povo perdeu essa saudável relação com a montanha e teve de esperar até aos nossos dias (cerca de 50 anos) pela criação da galinha dos ovos de ouro (a floresta) para que pudesse voltar a comungar da riqueza - agora florestal - que aquele velho e generoso "avô-montanha" tem ainda para nos dar. Com limitado conhecimento de causa mas, a contar com a riqueza que a nossa vista por lá avista, acreditamos que será boa a fonte de rendimento que para este povo reverte todos os anos de tais baldios, e que gostaríamos de ver traduzidos na melhoria colectiva das condições de vida desta gente. Porém, não vemos melhores arruamentos, abastecimento de água ou saneamento básico; outras coisas haverá em que esses fundos são aplicados... gostaríamos de saber quais.Agora virando o disco, tocando a mesma música mas noutro tom: -Há um ditado popular que diz que atrás de mim virá quem me louvará. Há uns bons pares de anos atrás estava a Póvoa há muito tempo com grande carência de água, quando um dia encontrei o Presidente da Junta (Prof. Valentim)numa festa de um familiar comum e aproveitando a companhia de outro filho da terra (Diamantino) reclamei-lhe de forma algo brincalhona a extracção e abastecimento do precioso líquido àquele povo; tendo-lhe logo ali indicado também o local onde poderia fazer a referida extracção. Foi-me logo ali prometido que na segunda feira seguinte alguém iria proceder à referida exploração. Se bem foi dito, melhor foi cumprido, pois na tal segunda feira - penso eu de que - logo de manhã, lá estava o marido da Alice com uma máquina da câmara a explorar água que, cedo começou a jorrar em força. Fui ainda testemunha da construção por essa junta de algumas calçadas naquele povo - algumas, reclamadas pelo meu pai - pessoa que sempre reclamava e se ligava a obras de beneficiação da Póvoa. Do Presidente da Junta que se lhe seguiu - um tal Gonçalinho - não consegui que, activamente, algum dia escutasse qualquer reivindicação e parece-me que a Póvoa ao fim destes mandatos ficou mais pobre e não terá comungado nunca, de forma material e visível, das verbas que lhe deveriam caber em sorte, não obstante as movimentações que se fizeram - até com abaixo assinados - para que lhe fosse abastecido água ao domicílio e executado o saneamento básico. Lamentamos. Tanto mais, porque este senhor (pelo nome em que deveria ter algum orgulho) deveria ter alguma relação de origem com o povo da Póvoa. A falta de água ao domicílio e o saneamento básico são uma vergonha do nosso tempo, tanto mais expressiva quanto a fertilidade daquele líquido e a altitude a que está, são uma realidade que permite satisfazer estas necessidades com baixissímos custos. Com o novo Presidente e nosso amigo, Carlos Fernandes, acreditamos que possa agora ter expressão e execução aquela velha reivindicação popular. É um indivíduo mais novo, culto e moderno e com quem todos mantemos uma relação muito mais afectiva. Ele não vai trair essa afectividade e vai com certeza pôr a execução destes objectivos como prioridade do seu mandato. Parabéns e muito obrigado, amigo Carlos. Que Deus te ajude em tudo. Nós, mesmo sendo poucos, estaremos contigo com a força que tivermos e ajudaremos a fazer a negação do aforismo contido naquele ditado popular. Um abraço, Presidente!
Zé Macário
Há muitos anos atrás, no tempo dos nossos avós, tempo de uma população essencialmente rural e agrícola e, até meio do século passado, os baldios que compõem o monte Dufe e arredores eram talvez a principal base colectiva de sustento do povo da Póvoa. A relação deste povo com aquela montanha era uma relação de pai/filhos, pois aquele monte guardava-lhes e mantinha-lhes os rebanhos e as manadas, nutria-lhes as terras de fertilizantes naturais, secava-os e aquecia-os à lareira nas longas noites de rigorosos Invernos e era o seu principal elemento de trabalho e recreio. A partir desta altura, com a florestação, o povo perdeu essa saudável relação com a montanha e teve de esperar até aos nossos dias (cerca de 50 anos) pela criação da galinha dos ovos de ouro (a floresta) para que pudesse voltar a comungar da riqueza - agora florestal - que aquele velho e generoso "avô-montanha" tem ainda para nos dar. Com limitado conhecimento de causa mas, a contar com a riqueza que a nossa vista por lá avista, acreditamos que será boa a fonte de rendimento que para este povo reverte todos os anos de tais baldios, e que gostaríamos de ver traduzidos na melhoria colectiva das condições de vida desta gente. Porém, não vemos melhores arruamentos, abastecimento de água ou saneamento básico; outras coisas haverá em que esses fundos são aplicados... gostaríamos de saber quais.Agora virando o disco, tocando a mesma música mas noutro tom: -Há um ditado popular que diz que atrás de mim virá quem me louvará. Há uns bons pares de anos atrás estava a Póvoa há muito tempo com grande carência de água, quando um dia encontrei o Presidente da Junta (Prof. Valentim)numa festa de um familiar comum e aproveitando a companhia de outro filho da terra (Diamantino) reclamei-lhe de forma algo brincalhona a extracção e abastecimento do precioso líquido àquele povo; tendo-lhe logo ali indicado também o local onde poderia fazer a referida extracção. Foi-me logo ali prometido que na segunda feira seguinte alguém iria proceder à referida exploração. Se bem foi dito, melhor foi cumprido, pois na tal segunda feira - penso eu de que - logo de manhã, lá estava o marido da Alice com uma máquina da câmara a explorar água que, cedo começou a jorrar em força. Fui ainda testemunha da construção por essa junta de algumas calçadas naquele povo - algumas, reclamadas pelo meu pai - pessoa que sempre reclamava e se ligava a obras de beneficiação da Póvoa. Do Presidente da Junta que se lhe seguiu - um tal Gonçalinho - não consegui que, activamente, algum dia escutasse qualquer reivindicação e parece-me que a Póvoa ao fim destes mandatos ficou mais pobre e não terá comungado nunca, de forma material e visível, das verbas que lhe deveriam caber em sorte, não obstante as movimentações que se fizeram - até com abaixo assinados - para que lhe fosse abastecido água ao domicílio e executado o saneamento básico. Lamentamos. Tanto mais, porque este senhor (pelo nome em que deveria ter algum orgulho) deveria ter alguma relação de origem com o povo da Póvoa. A falta de água ao domicílio e o saneamento básico são uma vergonha do nosso tempo, tanto mais expressiva quanto a fertilidade daquele líquido e a altitude a que está, são uma realidade que permite satisfazer estas necessidades com baixissímos custos. Com o novo Presidente e nosso amigo, Carlos Fernandes, acreditamos que possa agora ter expressão e execução aquela velha reivindicação popular. É um indivíduo mais novo, culto e moderno e com quem todos mantemos uma relação muito mais afectiva. Ele não vai trair essa afectividade e vai com certeza pôr a execução destes objectivos como prioridade do seu mandato. Parabéns e muito obrigado, amigo Carlos. Que Deus te ajude em tudo. Nós, mesmo sendo poucos, estaremos contigo com a força que tivermos e ajudaremos a fazer a negação do aforismo contido naquele ditado popular. Um abraço, Presidente!
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