domingo, janeiro 28, 2007

Fotos da Procissão 2006


Encontram-se disponíveis, (mas apenas como teste) as fotografias da procissão de 2006. Para poder aceder vá ao seguinte endereço: http://www.povoadelamego.blogspot.com/(ou então clique em: “Novo Blog da Povoa” que se encontra na lista de links ao lado) Depois de entrar na página clique nas palavras: “Procissão Póvoa”que se encontram por baixo de um quadro. Seguidamente clique em : “ apresentaçã de slides.

Pedimos desculpa pela palavra "proccissão", futuramente será corrigida.

Minha aldeia

Ó minha amada e velha aldeia

Como posso eu agora olhar-te,

Se existe o horizonte de mim a ocultar-te,

Porque não vejo em teu céu a lua cheia,

Nem uma só réstia do teu sol me premeia?

Diz-me, o que farei para poder abraçar-te?


Quantas saudades verias no meu olhar,

Se esta lonjura se tornasse perto,

Se a distância não fosse o meu deserto!

Como seria o meu sorriso singular,

Talvez de alegria me visses chorar,

Se o nosso rumo não fosse tão adverso!


Não podendo mudar este destino em nada,

Nem afastar de mim tão amarga solidão,

Resistirá comigo um desejo, uma intenção,

De acordar em cada madrugada,

Serena, saudosa, porém determinada

A escrever sem cessar esta paixão!...


Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte


sexta-feira, janeiro 26, 2007

Visconde de Vila nova de Souto de El-Rei

Francisco de Almeida e Murça [?]



Sua Majestade tendo considerado a lhe representar António José de Almeida, filho primogénito de João de Almeida, Tenente Geral dos seus Exércitos e Governador das Armas e da Relação [?] seu ministro plenipotenciário que foi na Corte de Roma com o título de Visconde de Vila Nova de Souto de El-rei com uma vida nele, para se verificar depois da sua morte no sobredito seu sobrinho e sendo já falecido o mesmo Francisco de Almeida e Murça [?] esperava merecer da Real Grandeza a mercê de que nele se verificasse a vida no referido título em que havia sido contemplado ao que tendo atenção e à qualidade e mais circunstâncias, que concorrem no mesmo António José de Almeida e por esperar dele que em tudo o que de o encarregaram a servirá muito à sua satisfação distinguindo-se nas suas obrigações como quem é à imitação de seus ascendentes. À sua Majestade por bem fazer-lhe, mercê do título de Visconde de Vila Nova de Souto de El-Rei de que é donatário seu pai o sobredito João de Almeida e que no dito António José de Almeida se verifique a vida no mesmo título, com que foi despachado seu tio Francisco de Almeida e Murça e, em que o mesmo José de Almeida foi expressamente contemplado. E quer sua Majestade o manda que o sobredito António José de Almeida daqui em diante, se chame Visconde de Vila Nova de Souto de El-Rei e que com o dito título goze de todas as honras, proeminências, isenções, liberdades e franquezas, que tocam e pertencem ao dito título de Visconde e lhe podem competir e tocar segundo o uso e antigo costume destes reinos e por ele haverá o tratamento de Senhoria para se lhe poder falar ela assim como se pode falar às mais pessoas que o têm nestes reinos e Senhorias. De que se lhe passou a carta que foi feita em 11 de Abril de 1783.



Cancelaria de D. Maria I

IAN/TT Registo das Mercês, fl. 330

Nota: Na margem esquerda do treslado vem escrito:

Veja-se o livro 23 de Mercês a fl. 105.

Francisco José de Almeida

Fiz a pesquisa deste texto documental no Instituto Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.



Celeste Gonçalinho Oliveira Duarte

Casino Europa

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Hino à Senhora do Pranto

Senhora do Pranto,
Sois para nós a única libertação
Para o faminto o fragmento de pão
Luz na nossa caminhada e encanto
Sois presença na nossa solidão,
Por isso evocarei Vosso nome Santo!

São Vossos olhos constelações,
Que se expandem no universo infinito,
Onde brilham como tesouros de amor bendito,
Dando luz à cegueira dos nossos tristes corações
E conforto à dor humana em seu impetuoso grito,
Nos abismos das suas desilusões!

Vossas mãos são duas palmas
Serenas suaves e alvas,
Que evocam as do martírio, da Paixão
As que tranquilizam nossas almas,
Tal como as de Cristo acalmaram as águas,
E fizeram o milagre do pão!

Alegram Vosso vestido singelas rosas,
Em cor vermelha rubi,
As mais belas as mais Formosas
As mais perfumadas que já vi
As mais alegres e ditosas
Do mais original que conheci!

Celeste Gonçalinho Oliveira Duarte

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Recordações




Teria menos de cinco anos quando o meu pai me levou pela primeira vez às pútegas. Teria a mesma idade quando me ensinaram a conhecer e descobrir sanchas e gasalhos. Teria um pouco mais de idade quando comecei a prestar atenção à idade do gado através de um exame aos dentes; ver se um animal ainda era novo e se estava ao primeiro, ou se já mais velho e estava a cerrar. Por esta altura aprendi a ver se uma vaca tinha formigueiro nos cornos ou se teria mosqueiro na pele.
Apreciava como a minha mãe lavava minuciosamente a loiça com carqueijas.
Por estas idades já me ia embalar no berço da moira, ou ainda, inspeccionar a pedra da galha para tentar descobrir vestígios do pote de ouro deixado pelos moiros quando da sua fuga, mas sempre com muito medo de ser surpreendido pelo pote de veneno que se supunha estar dentro, para confundir. Foi ainda por esta idade que conheci e comi os queijapões.
Porém a minha nostalgia revela-se mais na idade escolar em que ajudamos a construir uma bicicleta de madeira para o Fausto, ou comíamos os ovos cozidos do Manel d`Amblina, depois de lhe termos provocado o enjoo com o pretexto de a mãe dele os ter cozido na labaige dos porcos.
Foi na minha terceira classe com a Dona Natividade, que eu vi pela primeira vez uma esferográfica ( bic cristal) que a mãe do Fausto lhe mandou de Lisboa, e que escrevia a tinta, sem borrar o papel – parecia inacreditável, até para a professora!

Zé Macário


Os homens estão loucos

Na Póvoa, lembro-me bem de que enquanto garoto, quando
alguém partia para longe, como por exemplo para o Porto ou Lisboa, ia de casa em casa despedir-se de toda a aldeia, receber algumas recomendações dos seus conterrâneos e eventualmente algumas moedas para a viagem, ou para a sobrevivência dos primeiros dias.
Também quando havia a percepção de que qualquer pessoa iria partir para o além (morrer), alguém ia para junto do leito desse vizinho fazer-lhe as últimas recomendações e ler-lhe o livro da agonia. Havia alturas em que o agonizante já não ouviria nada nem ninguém, porém na dúvida, as recomendações continuavam e a leitura também.
Quer isto dizer que, acreditando-se numa continuação da vida do outro lado, preparavam-se as pessoas para a dignidade da chegada.
Vem-me isto à ideia a propósito da “dignidade” que hoje uma certa propaganda faz da eutanásia, isto é, ao matar as pessoas dizem ajudá-las a morrer com dignidade. Que estranha dignidade esta!
Vem-me ainda isto à ideia a propósito do referendo à liberalização do aborto em nome dos liberais, ou talvez dos libertários direitos da mulher.
Desde há muito tempo a esta parte, partidos políticos e outras associações, normalmente os maiores paladinos dos “direitos humanos” têm coisificado e objectificado a pessoa, retirando-lhe toda a dignidade em nome da dignidade que dizem conferir-lhe, ou que falaciosamente lhe atribuem.
Desde a banalidade das execuções de condenados, para satisfazer os mais primários instintos de vingança em alguns países, até à liberalização do aborto em outros, ou ainda à discussão sobre a eutanásia em que recorrentemente querem envolver-nos, tudo isto não passa de um regresso à mais remota barbárie.
Se nos chocava o relato da matança dos inocentes perpetrada por Heródes, Como poderá deixar de nos chocar o referendar do direito à liquidação da vida nos tempos que correm?
Que saudades eu tenho da forma vibrante como a minha professora primária nos transmitia carregada de orgulho, que os Portugueses tinham dado grandes lições de civilização ao mundo, ao ser os primeiros a abolir a pena de morte!
Tanto quanto julgo saber, na natureza, a matança entre indivíduos da mesma espécie, só acontece por motivos de sobrevivência da própria espécie.
Não consigo perceber como seremos capazes de estratificar em socalcos, por idades ou por outra razão qualquer, o valor da vida da pessoa, sabendo-se até, quanto o facto da existência de uma só pessoa pode mudar o curso de toda a humanidade. Porque o homem tem em si mesmo esta dualidade, de ser dotado da mais ínfima pequenez e da maior das magnitudes.
No entanto, segundo um princípio de corresponsabilidade universal, nada daquilo pode acontecer perante o meu silêncio, ou então tenho de me questionar pela conivência com esta barbárie.


Zé Macário

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Um canto à Virgem da minha terra

Ó virgem do Pranto
Ó minha bela Senhora,
Se não fôreis Vós quem fora,
Que com seu suave manto
Envolveu a dura vida de encanto
Tornando-a leve e promissora?!

Ó Virgem de sereno e pálido rosto
Porque Sois tão triste assim?
Chorais por Cristo ou por mim,
Porque Ocultais em Vossa face o luar de Agosto,
Porque é Vosso gesto um sol já posto,
Porque não mo Revelais por fim?!

Ó Virgem de Santa Cruz,
Compreendo agora o Vossa dor,
Assim, vá eu para onde for,
Levar-vos-ei como minha Esperança e Luz,
Tal como o são a água e o sol para o semeador
Da mesma forma que o Foste para Jesus!...

Ó Virgem da minha terra,
Abraçai-a por mim, que eu não posso,
Já que para isso basta um gesto Vosso,
Enquanto eu, humilde filha da serra
Esboçarei, numa simples tela
Um terno sorriso em Vossa face como gosto…

Celeste Gonçalinho Oliveira Duarte

domingo, janeiro 14, 2007

CAPELA E PARÓQUIA (Por:P.Assunção)




Da Etimologia à Teologia

Habituados como estamos, por rotina, a entrar na Igreja Paroquial, cujo interior se apresenta nesta foto ou na capela da Póvoa, exposta em vários lugares deste blog, presumir-se-á que todos os paroquianos saibam a origem das palavras “capela” ou “Paróquia”. Dirão mesmo: claro que fui baptizado na paróquia de Vila Nova de Souto d’El-Rei e a minha aldeia tem uma capela muito bonita, que é a capela da Póvoa. Mas nunca me dei ao cuidado de procurar saber essas questiúnculas.
Na era da Internet, somos estimulados a abrir os nossos horizontes ao passado e ao futuro, porque cada vez somos menos “ilhas” isoladas, para navegarmos todos no mesmo vasto oceano de ideias. Não percamos o rumo nem abandonemos o leme, para não nos diluirmos por entre as ondas alterosas ou sucumbirmos vítimas de algum “vírus informático”, contra o qual não estejamos imunizados.
Ora a palavra “capela” leva-nos até à cidade de Tours, na França, onde ficou famoso o milagre de S. Martinho, esse que nos dá a “benesse” de um rasgo de verão nos tempos de Outono (celebra-se a 11 de Novembro) e que para os poveiros lhes proporciona uns deliciosos magustos com a castanha aqui criada, produto dos seus ricos castanheiros.
Reza a lenda que este militar, que viveu em Tours, entre os séculos IV e V, encontrando um mendigo a tiritar de frio, em pleno Inverno, num dia gélido e chuvoso, se condoeu da sua miséria, cortando metade da sua capa para o agasalhar. O seu gesto de rara humanidade valeu-lha a resposta recompensadora da Divindade. O céu se abriu e o sol raiou, para por em evidência a brilhante sensibilidade do soldado. O povo, esse não mais esqueceu esta história, lenda ou milagre. Ainda que fosse mito…! “O mito é o nada que é tudo” no dizer de Fernando Pessoa.
Pois a verdade é que ao lugar onde se guardou através dos séculos até hoje a metade da “capa” de S. Martinho, foi dado o nome de “capela” (pequena capa) de capa+ela = capinha. Mais um fenómeno de evolução semântica. Afortunadamente, as novas terminologias aqui não tocaram em nada. Trata-se de um sufixo derivacional de valor semântico avaliativo (ela), diminutivo, tal como antes se dizia. Capela é agora, não a pequena capa, mas o lugar onde nos reunimos para praticar o culto e celebrar a fé.
“Paróquia” vem do grego e quer dizer “à volta da casa”. O prefixo grego “para” significa “á volta de” e a palavra grega “oiquia” significa “casa”. Quando surgem as primeiras paróquias, as povoações aglomeravam-se ao redor do edifício principal, em princípio, mais alto e central, que era a Igreja. Certamente que esta é uma concepção de paróquia rural e remonta à Idade Média. Mas continua a chamar-nos a atenção para a centralidade da vida cristã, que a palavra “paróquia”, na sua etimologia, continua a evocar.
Teologicamente, define-se Paróquia como “uma certa comunidade de fiéis constituída estavelmente na Igreja Particular, cuja cura pastoral, sob a autoridade do Bispo Diocesano, está confiada ao Pároco” (c.515 do C.I.C.)

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Peripécias

Num dia de “fazer” do início de Setembro de 1960, logo pela manhã cedo, depois de substancial almoço e jonguidas as bacas, aí vou eu fazer a sementeira do centeio nas terras de lavradio de cultura de sequeiro.
Pendurado em cima do jugo, o arado leve e frágil, só utilizado nestas sementeiras por ser uma lavra terceira, numa terra já lavrada – na decrua e na estravessa.
Quase parecia um aradinho de brincar pela estreiteza das suas avecas e pela delgadez do seu tamão e da rabiça.
A relha era curta e, claro, não tinha cega.
Começo cedo e contente o trabalho perto da velha carreira do tiro.
As levandeiras e as milheiriças são aos bandos e eu armo as ratoeiras, que bem cedo começam caçada.
Pelas dez da manhã faço uma paragem curta. Dou um molho de canas às bacas.
Eu que tinha ido acompanhado de casa por uma miúda de pele achocolatada, que até pensava ser moira, deitei-me com ela em cima de um pano, descasquei-a e mordisquei-a delicada e suavemente, primeiro de um lado e depois do outro.
Apertou-me a gula e comi com vontade, como parva, não a moira que pensava ser, mas a chouriça que era, caseirinha da nossa “lavra”.
A meio da tarde e quando tudo tinha corrido tão bem, pega-se-me o ferro do arado a uma pedra subterrânea que estava fixa, e a força das bacas vencendo a resistência da madeira, partiram-no pela relha, acabando assim com a trabalho daquele dia.
Não sem que antes de regressar a casa, recolhesse mais de cinquenta passarinhos das armadilhas que tinha montado.
À minha espera em casa estava uma bôla de milho acabadinha de sair do forno, que parti aos bocadinhos e temperei com azeite e açúcar.
Este pitéu fez-me esquecer as agruras da perda do arado.

Tônho D’Adélia

quinta-feira, janeiro 11, 2007

PATRIMÓNIO ESPIRITUAL DA PÓVOA


O Passado no Presente

A Irmandade do Bom Jesus
No texto de 1758 decifrado pela Dr.ª Sara Loureiro e fruto de pesquisa de Celeste Gonçalinho, publicado neste blog, já se faz referência à existência de um Irmandade do Bom Jesus em Arneirós.
Ora a permanência de uma associação como a Irmandade do Bom Jesus, activa sem interrupção, desde o ano 1669 na nossa Paróquia, faz-nos reflectir sobre o segredo de tamanha perseverança e sobre a razão do entusiasmo que ainda hoje provoca nos seus associados, sejam simples irmãos, sejam membros da Mesa.
Apercebi-me de que, no momento presente, mais de 400 paroquianos estão inscritos; as quotas estão em dia; os encargos são cumpridos; e há sempre novas inscrições.
Da sua existência e actuação são visíveis anualmente a celebração da festa do Bom Jesus, no dia 1 de Janeiro; a missa semanal pelos irmãos vivos e defuntos, mandada celebrar pela Irmandade na Igreja Paroquial; as 10 missas por alma dos irmãos, quando falecem; e os ofícios de defuntos cantados na terceira semana da Quaresma.
O sino toca de forma diferente para informar quando um irmão falece, distinguindo-se ainda o sinal para homem e para mulher. As opas e a cruz são diferentes, quando a procissão acompanha um irmão ao cemitério.
A Póvoa conta também com um grupo de irmãos. Na sua capela, se celebram as missas a que têm direito os que pertenceram a esta Irmandade.
Ora, se as festas têm a sua interrupção, por vezes com largos anos sem se organizarem, se algumas associações civis têm duração limitada, e muitas delas desaparecem após poucos anos de vigência ou acabam por vegetar na inanidade, como se explica que esta Irmandade se mantém em pé desde 1669, com actividade, zelo e entusiasmo?
Esta constatação merece o meu louvor a todos os que passaram de geração em geração o testemunho e aos que na actualidade mantêm vivas a chama e o espírito sempre renovados de uma associação geradora de elos de ligação entre famílias e povos.
A fidelidade aos valores perenes, a persistência em salvaguardar os tesouros do seu património, seja ele material ou espiritual é uma prova de sabedoria. Amputar o passado ao presente é como arrancar as raízes das plantas, querendo utopicamente que estas continuem florescentes e viçosas.
No entanto, como a memória das origens muitas vezes se perde, é bom pôr a descoberto o seu embrião, pois nele está já a vida que um dia será dada à luz. Descobri nos arquivos do Paço episcopal o documento original com a criação desta Irmandade, de que guardo fotocópia.
Foi o papa Clemente X que a instituiu através de um texto legislativo com o nome de “bula”, que é uma manifestação escrita de sua vontade para que em Arneirós, em 1669, (o nome “Vila Nova de Souto d’El-Rei” começa apenas em 1769, cem anos depois) haja uma associação canónica, isto é uma associação de fiéis (os que têm fé em Cristo, do latim, “fideles”) dispostos a realizar uns determinados fins, religiosos, naturalmente.

a) Fins da Irmandade. Os actuais estatutos, em vigor, registam os seguintes:
- Promover o culto em honra do Bom Jesus.
- Sufragar as almas dos fiéis defuntos.
- Cuidar dos interesses morais dos Irmãos.
- Bem administrar os fundos da mesma Irmandade.

b) Bula da criação. Segue apenas o primeiro parágrafo. No último, está registada a data em que é erigida: 21 de Junho de 1669.
P.Assunção
PERIPÉCIAS


É uma terça-feira de Outubro do ano da graça de 1960.
Levanto-me ao romper da aurora, monjo a cabra Morinha, da qual retiro perto de três cortilhos de leite quentinho. Depois de passado por um coador, retiro uma porção, que migo com uma cabeça de uma sémea e como, como almoço.
Dou um molho de erva à cabra e à burra Russa e jongo as bacas. Trago a Ramalha e a Galante, junto-as, ponho-lhes as cornelheiras, depois as molhelhas e por cima delas o jugo. Aperto o apeiro com duas sôgas e ao centro do jugo coloco o tamoeiro. Feito isto, aponho-as ao carro com um bom chavelhão encaixado entre o jugo e o tamoeiro.
Depois de prantar no carro oito estadulhos curtos, trago a corda, o engaço e o forcado. Lá vou eu ao monte cortar uma carrada de urgueiras e sargaços que me hão-de aquecer no Inverno.
As bacas, não puxando arreiras mas sim direitinhas, em posições bem paralelas à cabeçalha, conhecem o caminho. Assim sendo, sento-me sossegado nas chêdas até chegar ao sítio.
Sete horas da manhã, já no sítio, enquanto as bacas jonguidas comem um bom molho de canas, começo a roçar o mato.
Pelas dez horas aperta-me a larica e, tendo ali à mão uma parva jeitosa, deito-a em cima de um pano com um ritual delicado e, deitado ao lado dela, satisfaço o meu apetite. Refira-se que a parva consta de um queijo de cabra e um bom naco de broa.
De seguida vão passando por ali carreiros e almocreves serranos, carregando mostos e vinhos, que me vão saciando a sede através de ancoretas ou bebendo directamente dos ôdres ou ainda dos tubos de cana colocados no cimo das pipas.
Janto quando o relógio de Magueija bate as doze badaladas do meio-dia.
Pelas duas da tarde tenho carga e volto para casa com uma boa carrada. Porém a meio caminho, começou a sair fumo entre as treitoiras e o eixo do carro. Valeu-me esfregar-lhe um bocado de unto que me sobrara do almoço – só por milagre não se incendiara toda a carga.
Chegado a casa, retemperei-me com um óptimo prato de milhos e uma falacha.
Para finalizar o dia, ainda fui pastorear o gado e, pegando em dois vencilhos e um engacinho, juntei um rico molho de cisco nas Tareijas.



Ass: Tonho D'Adélia

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Continuação da Apresentação do Documento

Pág. 532

9- Sempre se pesca neste rio menos no Inverno e mezes defetos (?).

10- As pescarias deste rio são publicas, menos as aberturas de alguas açudes dos senhores dellas.

11- Cultiva-se todos os aredores deste rio, alguns arvoredos, que tem pelas bordas são muitas arvores sylvestres de ameeyros e salgueyros.

12- As suas agoas não tem virtude partecular que se conheça.

13- Sempre se conservou té o prezente o mesmo nome.

14- Entra este rio em outro chamado o Baroza no sítio aonde chamão a Ponte de Cavellas.

15- Compõem-se este rio de muitos aludes e levados para moinhos, e por essa cauza he navegável.

16- Tem este rio coatro pontes de cantaria e duas de páo; hua das de cantaria se chama a Ponte de Perta Rouca, outra a Ponte de Lamellas, que está no meyo desta freguezia, outra na cidade de Lamego chamada a Ponte de Balsamão, outra logo por bayxo do lugar de Balsamão chamada a Ponte Nova; as duas de páo hua está no limitte da villa de Magueyja e a outra no limitte da freguezia de Penude.


Pág. 533

17- Em toda a sua corrente se compõem de moinhos de callés, sem outra deferença nem compozição, não há pizoens, nem lagares de azeyte nelle.

18- Nunca em tempo algum e menos no presente consta, que suas agoas se tirasse ouro.

19- Se alguas propriedades se regão com agoa do tal rio, não consta ser por foros pensoens.

20- Este rio terá pouco mais ou menos de comprido duas legoas, as povoacoens por onde passa são as seguintes, a primeira povoação he Perta Rouca, Magueyja, Quintella, Arneyrós, a cidade de Lamego, o lugar de Balsamão e não comprehende mais.

21- Não há couza mais algua notável de que se possa dar conta,

E para constar ahonde conveniente for, fiz escrever este na verdade, na mesma forma de bilhete que me foy remetido da camera por ordem do Illustríssimo Reverendíssimo Senhor Doutor deste Bizpado passa tudo na verdade que sendo na prezente o assino in sacris. Arneyrós 13 de Julho de 1758

O vigário Manoel da Costa Guerreiro



Nota:

Este Documento resultou de uma pesquisa que fiz no Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo e da amabilidade da Dra. Sara Loureiro, que fez o favor de o transcrever. Por isso renovo os meus agradecimentos pelo trabalho realizado.
O objectivo da recolha desta informação advém da minha curiosidade, no sentido de conhecer um pouco melhor a nossa terra. Assim recuei no tempo até ao séc. XVIII para desvendar uma pequena parte da sua História. Apresentei assim, um Documento escrito pelo pároco da nossa freguesia há 249 anos e que consta nos “Registos Paroquiais”.
Foi muito aliciante para mim partilhar com os visitantes leitores deste blog mais estes dados sobre Vila Nova de Souto D´El- Rei e espero que eles constituam matéria de interesse para todos.

Dra. Sara Loureiro e Celeste Gonçalinho Oliveira Duarte

terça-feira, janeiro 09, 2007

Continuação da Apresentação do Documento2

Pág.530

O que se pode dizer em respeyto dos lemites desta freguezia.

1- Tem hua só serra perto do lugar de Póvoa que se chama O Monte de Ufa que será hua legoa de comprido e hum coarto de legoa de largo, que principia aonde chamão os ranhadouros lemitte desta freguezia e acaba no lugar de Riba Velide da freguezia de Bigorne.
2- E não se denomina com mais nomes este nonte.
3- Não nascem rios alguns da tal serra nem tem villas, nem lugares alguns, nem na serra mas sim em os seus redores, que são a freguezia de Meyjinhos e a freguezia de Lazarim.
4- Não há fontes no destricto desta serra.
5- Não há nesta serra minas de metais, nem canteyras de pedras, nem couzas dignas de memoria.
6- Esta serra, as ervas que nella há são tojos, sargaços, jiestas, orgueyras, rosmaninhos tudo sem préstimo e da mesma serra se cultivão de senteio alguns pedaços.
7- Não há na dita serra mosteyros ou igrejas, nem romags.
8- A qualidade do seu temperamento he regullarmente de Inverno estar coberta de neve, e por isso de qualidade muito fria.


Pág. 531

9- A qualidade de animais que nella se crião são coelhos, lebres e perdizes em pouca abundância.
10- Não tem lagoa nem fojos.
11- Não tem mais nada digna de memoria.
O que se pode responder em respeyto do rio desta terra é o seguinte
1- Chama-se o rio que passa pelo meyo desta freguezia o rio Balsamão e nasce ao pé do lugar de Perta Rouca de hua fonte chamada a Fonte Fria.
2- Não nasce caudolozo, porque nasce da fonte, que já disse
3- Corre permanentemente ainda que no estio com poucas agoas, mas sempre com ella moem os moinhos.
4- Entra nele o rio chamado de Coura que vay pelo meyo da cidade de Lamego e no fundo da cidade aonde chamão o vau he que entra o tal rio neste Balsamão e não entrão nelle mais rios.
5- Não he navegável.
6- He de curso arebattado em toda a sua distancia.
7- Corre de sul para norte.
8- Os peyxes que se crião neste rio são trutas, e bordallos e destes a mayor abundância.

Dra, Sara Loureiro e Celeste Gonçalinho Duarte

domingo, janeiro 07, 2007

Continuação da Aprsentação do Documento1

Pág. 529.

15- Não he coutto, nem cabeça de concelho.

16-A memoria que há de que floressem alguns varoens nesta freguezia em letras he Frei Manoel Coelho, já defunto que foy geral dos bernardos e o Doutor Dezembargador João Pinheyro da Fonseca em armas, Manoel Pinto Vice - Rey da Índia e Manuel Rodrigues Coelho Capitam de Cavallos, já defuntos.

17- Não tem feyra nem correyo.

18- Dista da cidade de Lamego dous tiros de espingarda e da de Lisboa dista sincoenta e oito legoas.

19- Não tem privilégios de que se faça memoria.

20- Não há na freguezia fontes, nem lagoa, cousas dignas de memoria.

21- Não há porto de mar, nem há murada, nem praça de armas.

22- Não padeceu ruína algua no teremoto do anno de mil setecentos e sincoenta e sinco.

23- Não há couza digna de memoria de que se faça menção nestes interrogatórios

Dra. Sara Loureiro e Celeste Gonçalinho Oliveira Duarte

sábado, janeiro 06, 2007

O NATAL



A quadra que acabamos de viver, em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo (comemora-se o nascimento de uma vida), tem o seu ponto alto na noite de 24 para 25 de Dezembro, com a celebração do Natal, que nas línguas latinas deriva de Nativitate, ou seja nascimento de Jesus, tal como para a língua inglesa ou alemã as palavra Christmas, ou Weihnachten, significam Missa de Cristo ou Noite Bendita.

O Nascimento, a Missa de Cristo ou a Noite Bendita (Natal) é o acontecimento encarado universalmente como sendo o dia consagrado à família, à paz, ao amor, à fraternidade e à solidariedade entre os homens.

O Natal deveria ser realmente a celebração da vida, do nascimento de Jesus Cristo e não, como recentemente se tem verificado, uma época de consumismo e desperdícios desnecessários, uma época de corridas e encontrões, de estabelecimentos apinhados de gente, de ruas onde se torna quase impossível andar, tal o frenesim com que as pessoas vivem esta quadra, não de paz e solidariedade para com os outros, mas bem pelo contrário, onde nada se perdoa e nada se respeita.
Os números avançados pela comunicação social dos montantes gastos ao segundo pelos portugueses são disso mesmo uma prova real de que cada vez mais o Natal é apenas marketing.

Este ano porém, aproveitando a quadra natalícia, a época em que se celebrava a vida, o mundo foi bombardeado pelas imagens do enforcamento de um homem, na sua terra natal!... (imagens indignas e chocante) Justiça ou injustiça? Provavelmente aos olhos de uns, justiça, aos de outros, injustiça. Não querendo aqui fazer qualquer tipo de apologia a uma ou outra ideia, gostaria no entanto de referir as palavras daquele enfermeiro militar que durante meses cuidou da vida de Saddam Hussein
“… ele um dia virou-se para mim e perguntou-me: porque invadiram os soldados a nossa terra? Nada encontraram, nós aqui temos leis justas!..”

Porque uns acham que as leis eram justas e outros injustas, acontecem manifestações como as promovidas pela Ordem dos Advogados egípcia, que organizou uma cerimónia em memória do presidente deposto, como sendo um herói e um mártir. Também nos Estados Unidos, uma empresa especializada em fabricar bonecos, está a usar a morte do ex-ditador para ganhar dinheiro, tendo criado um boneco com cerca de 30 cm com uma corda ao pescoço, tal como noticiou o jornal brasileiro “Folha On line”.

Pior que tudo isto, é sem duvida a noticia que chegou dos Houston (EUA), qu nos dá conta do enforcamento de uma criança de 10 anos de idade, (Sérgio Pelico) na sua própria cama, suspeitando-se que o teria feito, pelo facto de antes de se deitar ter visto um programa jornalístico sobre a morte de Saddam. “Jornal Gazeta On Line”. (Televisões sem leis nem regras?)

E assim vai o mundo, quando também em Portugal, semanas antes do Natal, é anunciado pelo Presidente da República ao povo português, a data do referendo, para uns, “à vida ou à morte”, para outros simplesmente, “ao aborto”.

Não querendo maçar mais, desejo a todos um bom ano, e que possamos celebrar o Natal.
Jorge Venancio

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Continuação da apresentação do documento

Pág. 528

8- O parocho desta freguezia he vigário Callado ele da aprezentação da Mitra deste Bispado, renderá outenta até sem mil reys, porem o mais distohe voluntário, e por isso não será totalmente permanente senão athe 60.000 reys.

9- Não tem beneficiados, nem conventos.

10-Não tem Hospital, nem cza da mizericordia.

11- Tem outo capellas, a de S. António, a Senhora da Oliveira, Nossa da Concepção, Nossa Senhora do Vilar, todas estas dentro do povo de Arneyrós, e são de senhores particulares Nossa Senhora da Piedade na quinta do Souto del rey que he do mesmo senhor da quinta, Nossa Senhora da Graça do lugar de Juvandes que está fora do povo, mas perto S. Cria (ou crua?) lugar da Póvoa, tãobem fora do lugar para a parte do nascente, estas duas são admenistradas por qualquer daquelles povos. S. João de Regãos que fica fora do lugar mas perto esta he da freguezia.

12- A capella da Póvoa vay reverendo Callado da cidade de Lamego cantar hua missa e a mesma no anno vay em processão o lugar de Melcoens com seu clamor, não vão mays rumajs capellas.

13- Recolhem os moradores desta freguezia os fructos de senteio, trigo e milhoe o de maior numaro he de senteio.

14- não tem juiz ordinário e está sugeyta ao juiz da cidade de Lamego.

Dra. Sara loureiro e Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Transcrição de um documento de 1758

Vou dar início à publicação de um texto, que é a transcrição de um documento original do ano de 1758, existente em microfilme no Instituto dos Arquivos Nacionais /Torre do Tombo (Lisboa), cuja pesquisa foi feita por mim e a transcrição foi realizada pela Dra. Sara Loureiro, licenciada em História e Mestre em Paleografia e Diplomática, após uma deslocação que ali fiz, com o objectivo de fazer uma pesquisa sobre a nossa terra.
Sobre a Póvoa exclusivamente, nada encontrei, mas consegui alguns dados em autores como Pinho Leal, na sua obra ”Portugal Antigo e Moderno”, Registo da Paróquia (Vigário Manuel da Costa Guerreiro) 1758, Registo Geral de Mercês D. Maria I, Livro 14 fl. 330, e ainda outros.
Como o texto é longo, vou transcrever apenas uma página de cada vez, para se tornar mais agradável a sua leitura.



Nota: Existem palavras com duvidas de leitura que indico da seguinte maneira:(?). Está em português da época.


Português da época (13 de Julho de 1758) Registos de Paróquyas
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Extracto de todas as cousas notavens de que de prezente se pode dar conta desta freguezia de Arneyrós.

1- Esta freguezia está situada no subúrbio da cidade de Lamego, donde he termo.
2- Esta frguezia he de El Rey nosso senhor.
3- Esta freguezia tem cento e setenta fogos e quinhentas e setenta e sete pessoas.
4- Está situada em hua terra encostada virada para o nascente desconhece della o lugar de S. Martinho de Souto a villa de Figueyra he sua (?) della, e estas distam desta freguezia cousa de hua legoa.
5- He termo da cidade de Lamego esta freguezia.
6- Esta paroquia está estre dous luygares de Arneyrós e Chãos, tanto desta para hum como para o outro está a igreja só com caza de residência ao pé, e tem sete legares e são os seguintes Arneyrós, Chãos, Ruyvós, lamellas, Moinhos, Povoa e Juvandes.
7- Esta igreja o seu orago he S. Sebastião tem sinco altares, altar mayor, Nossa Senhora do Rozário, o do Bom Jesus, de S. António e das Almas não tem naves, tem hua só irmandade do Bom Jesus

Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte

terça-feira, janeiro 02, 2007

MONTE DE UFE E INTERNET (por Padre Assunção)





MONTE DE UFE E INTERNET

Divagações histórico-linguísticas

Quando em boa hora nasceu o “site” dos amigos da Póvoa, todos os poveiros experimentaram uma saudável auto-estima por terem aberto uma janela virtual, donde se contempla a imensidade do mundo e se proporciona a todos quantos o visitam o conhecimento das suas gentes, usos, costumes, personalidades, património artístico e cultural, etc.

Além de permitirem uma comunicação instantânea, estas navegações cibernáuticas promovem o debate de ideias a nível interno entre os poveiros e a nível externo, com qualquer cidadão do mundo.

Se, como li algures, segundo as previsões, em 2007 irão existir já no mundo 60 milhões de blogs, a Póvoa já arriscou incluir-se nesta gigantesca cadeia de comunicação interplanetária.

No mostruário do “site” dos amigos da Póvoa está uma nota muito interessante e bem fundamentada de Celeste Venâncio, e que aventa várias hipóteses para a origem da palavra Ufe. Considero uma notável síntese histórica, a dessa página.

A ser verdade que “Ufe” tenha sido um guerreiro suevo a dar o nome ao monte situado ao sul da Póvoa (inclino-me para essa opinião, ciente de que se trata duma probabilidade e não duma certeza), é uma feliz coincidência que o patrono da Internet, escolhido pelo Papa João Paulo II em 2003, tenha sido um ibérico de Sevilha, do século VI-VII, um apóstolo dos suevos. Chama-se Isidoro de Sevilha.

Que os suevos deixaram vestígios por aqui, disso não há dúvidas nenhumas. A Igreja de S. Pedro de Balsemão é disso uma prova.

Pois é verdade, também a Internet tem um patrono. A razão da sua eleição está no facto de S. Isidoro de Sevilha ter elaborado uma famosa enciclopédia, “Etimologias”, que contém 20 volumes, sendo ele autor único, e que é considerado o maior “banco de dados” da Idade Média.

O mencionado patrono (a.560-636) esteve presente no IV concílio de Toledo a presidir como bispo ao referido concílio, sentado ao lado do de Braga, que com ele assina as actas. Por um documento escrito como este, neste caso, o das actas do concílio de Braga realizado no ano 572, é que se sabe que a diocese de Lamego está já criada desde esse ano, no período dos suevos.

E fiquemos por aqui, quanto a digressões linguísticas. Recentemente, foi construído no monte de Ufe um parque de merendas. Para aqueles que façam a partir de hoje uma incursão a este monte, sugiro que sintam palpitar o passado da Póvoa, ao mesmo tempo que saboreiem uma boa merenda, e respirem os ares puros da serra, um fármaco eficaz para a nefasta intoxicação provocada pela vida stressante dos nossos dias. Este é um espaço bem aprazível.

Como é bom difundir este cantinho de Portugal, de património tão rico e com “gente ousada” que não perdeu o amor à terra e sente com galhardia a necessidade de o mostrar ao mundo…!

Um Bom Ano de 2007, para todos.

P.Assunção

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Iniciado em 2005, este blogue cumpriu em parte, aquilo para que tinha sido inicialmente projetado. Com o decorrer do tempo e tal como n...