sábado, setembro 30, 2006

Fotos da Exposição

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Estas fotos foram cedidas por: PAULA COSTA

Ainda a Festa (por Fernanda Gonçalves)

Póvoa
Uma referência justa ao envolvimento e ao trabalho de todos os mordomos que tão bem souberam renovar e dinamizar o povo adormecido da Póvoa. Muito já foi dito sobre a festa, mas nunca é demais valorizar o evento e homenagear a criatividade e a coragem de quem se expõe, perante o julgamento dos outros e, dar os parabéns a todos quantos ao longo do ano trabalharam e se esforçaram para realizar com sacrifício ou prazer, a festa a Nossa Senhora do Pranto, que juntou quase todos quantos gostam daquela maravilhosa terra e, só por isso valeu a pena. Valeu a pena, a forma como o povo, trovador por excelência das coisas simples, que de forma espontânea e delicada, mostrou a sua poesia. Numa sã convivência e uma dose de alegria, que certamente no futuro ganhará uma progressiva dimensão aos olhos de quantos vão de uma forma ou de outra desvalorizando aquele povo. Foi gratificante ver como todos se envolveram para dar sentido ao objectivo proposto. Sentir o orgulho de ter nascido naquele canto e ver finalmente paz entre todos quantos por ali se deslocaram. O recordar das tradições que não tive oportunidade de assistir, mas que de muito faladas me levaram aos meus tempos de criança e, que saudades senti…espero que tenham contribuído para um maior conhecimento aos mais jovens, das suas raízes e que os faça pensar como a vida agora parecendo tão simples, foi dura para alguns dos seus antecessores. Deu gosto ver pessoas simples, de espírito bem vivo e jovial expressarem as suas emoções, como de um sonho se tratasse. Não poderei deixar de me pronunciar sobre a exposição que admirei pelo pouco tempo para a sua elaboração e pelo trabalho nela apresentado, trabalho com bom gosto e artesanalmente bem conseguido, um salto qualitativo, na aldeia. Que a nossa Póvoa não fique parada no tempo e que prolifere o espírito de iniciativa. Um abraço e um obrigado sentido a quantos contribuíram para engrandecer este evento. Fernanda Gonçalves

sexta-feira, setembro 29, 2006

Coisas simples da minha aldeia

Coisas simples da minha aldeia

Um dia caminhava eu apressada,
E embora pequena como era,
Já tinha tarefas à minha espera,
Mas isso não era coisa que me preocupava.

Descia o carreiro
Junto àquele ribeiro
Que vai dar ao muradal,
Quando ouvi uma forte chilreada
Ali mesmo ao pé de mim.

Embora perto como era
E não estando eu à espera
de uma “orquestra” assim
Não vi realmente nada!

Não desisti
E foi então que vi
Um minúsculo ninho de pardal
E o ninho, tinha um pequenino ovo.

Não querendo aquele momento perturbar,
Retirei por momentos o meu olhar;
Ora, não sei porque magia
Quando olhei de novo
O tal ovo já eu não via,
Já ali não estava!

Mas que estranha coisa, que maçada…
Seria então eu a culpada,
Do que no ninho acontecia?!
Por certo não seria!...

Olhei novamente
E desta vez mais atentamente;
No lugar do ovo, estava um ser pequenino,
Tão frágil, tão franzino,
Que me fazia dó
Mas não estava só
Este ser estranhamente depenado.

Às vez com o bico muito aberto
Outras, com ele fechado,
Estava o pardal mãe ali tão perto
Tratando dele com cuidado,
A alimentá-lo e a aquecê-lo
E eu esqueci o tempo ali a vê-lo!

Quando finalmente cheguei
Já o sol ia alto,
Porém esperava-me uma ruidosa reprimenda,
Que me serviria no futuro de emenda
Mas tive sorte e lá escapei!...

Oh! Como eu gostaria
De um dia
Poder voltar ao muradal
E ver de novo
Um ninho com um ovo,
Um ovo de pardal
Que eu pudesse tocar
Com a minha própria mão
E carinhosamente afagar
Dando largas à minha emoção!...

Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte
Agualva, 29 de Setembro de 2006




Agualva, 29 de Setembro de 2006

Felicito-te, ó Blog da Póvoa!

Felicito-te, ó blog da Póvoa!

Abraço-te ó blog da minha terra,
Tu que exaltas a humildade do povo,
a generosidade da serra,
o que é velho, o que é novo,
Alegro-me por te ter como amigo
Quero permanecer a teu lado
Seguir-te-ei, irei contigo,
Só a ti meu sonho confio,
Que cá dentro trago guardado!

Felicito-te pequeno menino
Tu, que aparentas um ar franzino
Mas te revelas consistente e forte,
Tu, que mudaste o rumo e a sorte
Ao divulgar a farta ou magra ceia
Daquele povo simples e discreto
Que é a minha aldeia;
Continua, vigilante e atento,
Faz teu mensageiro o vento
Sê veículo directo
Do meu sonho incerto
Que aqui te trago, aqui te ponho!

Que sejas feliz,
Sou eu quem to diz;
Tu e quem te gerou,
E ainda quem te sustenta
De tão variada e laboriosa ementa,
Que tão alto nos levou!
Não te presenteio com uma rosa,
Trago-te coisa mais preciosa;
Aquilo que tenho para te dar,
É o meu rir,
Se te encontro a sorrir,
É o meu pranto, se te vejo a chorar!!!...

Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte

quarta-feira, setembro 27, 2006

1º Aniversário do Blog da Póvoa

Boas Vindas

Sejam todos bem vindos ao Blog da nossa Aldeia!!!!


Foi esta a postagem com que faz hoje precisamente um ano iniciamos este blog.
A todos quantos ao longo deste ano nos visitaram.
A todos os que deram o seu contributo com testemunhos para enriquecer esta página
Aos administradores que dia a dia vão colocando as postagens que lhes são enviadas

A TODOS VÓS O NOSSO MUITO OBRIGADO PELOS VÁRIOS MOMENTOS QUE NOS PROPORCIONARAM UMA PASSAGEM PELAS NOSAS RAIZES.

Exposição de Artes Plástica e Artesanato

Introdução

Desde os primórdios da existência humana na terra o homem sentiu necessidade de utilizar a sua capacidade criativa e manipuladora para criar representações relacionadas com a sua própria sobrevivência o que lhe permitia comunicar com os grupos humanos vizinhos, ou as gerações posteriores.. Assim produziu objectos estéticos onde se inclui a obra de arte e artefactos, objectos para uso próprio, que se enquadram no universo artesanal e que se apresentavam como absolutamente essenciais no seu quotidiano.
Achei ter cabimento esta pequena introdução, porque penso que ajudará ajudar a compreender o género e dinâmica da exposição realizada este ano na Póvoa uma actividade que deu início às festividades a Nossa Senhora do Pranto. Ela cumpriu estes dois objectivos: apresentar objectos mais orientados para a arte e objectos de carácter utilitário. Havia no caso desta exposição uma clara separação entre arte e artesanato, não perdendo porém importância uma em relação à outra. Não são raras as situações em que estabelecer a fronteira entre estas duas formas de criação humana, se torna uma difícil para não dizer impossível tarefa.
Subordinada ao tema Artes Plásticas/Artesanato e apresentação de poesia, esta inovadora iniciativa na nossa terra teve um sucesso que excedeu as mais remotas expectativas de todos nós! Foi notável o empenho, a determinação e a vontade posta ao serviço desta ideia por todos os participantes, no sentido de que tudo corresse da melhor forma possível. Não foi fácil, trabalhou-se muito, abdicou-se de alguns tempos de descanso, para que o nosso trabalho resultasse, para que o público gostasse e se sentisse bem entre as nossas pequenas obras de arte. Existia em cada peça um carinho muito especial que cada autor depositava nela durante a sua concepção e os visitantes deverão ter compreendido este nosso sentimento, mostrando-se curiosos, interessados e satisfeitos naquele espaço, o que foi a melhor compensação que poderíamos esperar!
O número de pessoas que por lá passou foi tão significativo, que quase se pode considerar um fenómeno. Não se pense que iam algumas pessoas mais sensibilizadas para este género de acontecimentos; bem pelo contrário, foi toda a gente, apareceram as famílias em peso, os adultos fizeram-se acompanhar pelas suas crianças, o que significa que esta gente encontrou neste evento motivo de interesse para si e para os seus, ou seja, encontrou nele o seu verdadeiro significado
No espaço previamente preparado para ela, foi possível ver trabalhos realizados com diferentes tecnologias: rendas, bordados, cestaria, trabalhos em verga, colchas produzidas em tear manual, cerâmicas e outros objectos similares, que nos fizeram recuar no tempo até tradições e gerações antigas. Enquadram-se neste contexto os trabalhos apresentados por: Augusta Jerónimo, Celeste Venâncio, Manuel de Oliveira, Otília Oliveira, Lucília Alves, Manuel Gonçalinho, Joaquina Gonçalinho, Nair e Irene Silva.
De carácter mais actual, mas de certo modo evocando os aspectos culturais da nossa terra foram apresentados trabalhos variados: pintura sobre tela representando objectos, arquitectura rural da nossa aldeia, trabalhos agrícolas flores, gravura sobre madeira, escultura, desenho, pintura sobre estanho e sobre tela com representações de retratos e de actividades agrícolas, pintura sobre azulejo e pratos cerâmicos cuja temática era arquitectura essencialmente e aves e ramagens. Nesta variante incluem-se Teresa Costa, uma artista autodidacta, que nos mostrou a todos nós como, representa bem as coisas e Celeste Gonçalinho de Oliveira que nutre este mesmo amor pela arte desde tenra idade e que apresentou um significativo conjunto de trabalhos; bons ou nem por isso, não me compete fazer essa apreciação. Também aqui incluo alguns trabalhos apresentados por Otília Oliveira: figuras da religiosidade popular com patines muito bem aplicadas.
De caris mais intelectual tivemos a apresentação de um livro de poemas de José Gonçalinho de Oliveira, (já falecido) o que muito nos honrou: Em primeiro lugar, por se tratar de uma figura nossa conterrânea, que contribuiu em diversos aspectos para melhorar a qualidade de vida na Póvoa no seu tempo, por ter desenvolvido uma área tão pouco comum entre a nossa gente(a poesia) e por ter contribuído para o enriquecimento da poesia portuguesa.
Para se ter a ideia da movimentação naquele espaço sobretudo no primeiro dia, no Sábado e no Domingo, como era eu que ali estava e ia falando com os visitantes sobre a exposição, tive alguma dificuldade em gerir o tempo para partilhar na mesa as refeições com a família ali reunida. Porém isto não me causou tristeza, mas antes uma grande alegria por ver o interesse com que a aquela gente olhava cada peça ali exposta.
Foi maravilhoso porque a proposta no início parecia a quase todos uma ideia utópica e sem rasoabilidade. Por isso houve alguma relutância em participar por parte de algumas pessoas. Com o amadurecimento da ideia, constatou-se um envolvimento generalizado e uma grande vontade de levar para a frente o projecto e mais pessoas teriam participado; não o fizeram por desconhecimento.
Sentia-se no início do povo e no cimo do lugar uma grande azáfama nos preparativos para esta exposição pois tivemos felizmente a preciosa colaboração de várias pessoas Neste sentido agradece-se ao senhor António ( técnico de obras de Juvandes) que colocou camarões no tecto e improvisou um extenso suporte para colocação dos trabalhos, agradece-se também a grande ajuda dispensada por Agostinho Jerónimo, mulher, filha e ainda ao senhor Aurélio pela oferta das madeiras, construção do grande cavalete e na montagem dos painéis de azulejo.
Valeu a pena, porque foi uma exposição à altura não de uma pequenina aldeia como a nossa, mas de uma terra com uma estrutura social e material muito superior.
Por tudo isto, pelo esforço empreendido para levar a bom termo esta iniciativa por parte da organização e participantes, pela boa qualidade dos trabalhos apresentados e pelo prazer que todos sentimos, a festa deste ano ficará na história da nossa terra não só mas também devido a este acontecimento.
A Póvoa está de parabéns!
Por fim vou citar uma frase de Maria da Conceição Gonçalinho “A Póvoa ficou imortalizada nestas pinturas que a retratam”. Eu acrescentaria: a exposição em geral imortalizou-a!!!

Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte

Cacém, 20 de Setembro de 2006

terça-feira, setembro 26, 2006

Auto análise ( Zé Macário)

Tendo saído da Póvoa ainda bastante novo, parecia-me ter poucas afinidades com o povo que há tantos anos deixara para traz.
As minhas curtas férias aí, eram bastante laboriosas e por isso pouco comunicativas; quis o destino que agora ao ser nomeado para integrar a comissão de festas 2006, fosse “forçado” a uma comunicação mais afectiva e mais efectiva e assim, observar mais de perto o nosso comportamento enquanto “ poveiros”.
Fiquei pois com a forte impressão de que o facto de nascermos limitados, num povo pequeno, pelos montes que circundam este povoado e pela falta de vias e meios de comunicação que nos pusessem em contacto com o mundo exterior, nos limitou o cérebro a um pensar pequeno – muito pequeno, mesmo.
Se isto me pareceu notório nas escolhas de espaços para a realização das festas ou mesmo o limitadíssimo espaço para a montagem do palco ou ainda do balcão, fui também sempre confrontado com a nossa ideia de menos capazes, por exemplo para a feitura de andores, preferindo pedi-los emprestados a outras freguesias, do que servirmo-nos com a prata da casa.
Outra coisa que resultou desta minha observação, foi a grande dificuldade de comunicação – objectiva, claro está; As pessoas parece não usarem os mesmos códigos de comunicação e então acontece que, quando se pensa que determinado assunto já fora tratado, vem a saber-se que afinal não era bem assim, e tal e coisa, e coisa e tal…
Assim como quando vários interlocutores combinam uma hora para um encontro, vêm a saber depois que isso não era para levar a sério, e esse encontro poderá realizar-se duas ou três horas mais tarde ou mesmo num outro dia; Resultando daqui, que para além de as pessoas nunca saberem exactamente o que está tratado ou por tratar, leva-as ainda a um mútuo encolher de ombros e a um deixa andar…
Enfim, a reflexão que aqui deixo, que tem só o valor que tem, não passando de uma teoria como outra qualquer, pode no entanto contribuir para melhores entendimentos futuros – eventualmente em outros agrupamentos, sendo afinal essa e só essa a sua intenção.
Ainda na mesma linha de pensamento, parece-me disfuncional ou funcionalmente negativa dentro de um grupo, a ideia de dever consultar sempre o grupo, de cada vez que um ou vários elementos quiser exercer uma iniciativa; O excesso de democraticidade consultiva, inibe, atrasa ou anula a iniciativa, o que me parece desaconselhável, devendo preferir-se assumir e jogar sempre com a total confiança do grupo.
Acho que devemos ser mais humanos e menos sujeitos à ditadura do politicamente correcto.

domingo, setembro 24, 2006

Balanço das festas da Póvoa – ano de 2006 (por Zé Macário)



Balanço das festas da Póvoa – ano de 2006

Embora suspeita por advogar em causa e casa próprias, a comissão organizadora das festas da Póvoa de 2006, faz um balanço muito positivo do seu trabalho a par com um retorno de afectiva participação que ultrapassou expectativas.
Apesar dos seus elementos morarem reciprocamente longe e com as dificuldades de contacto que isso necessariamente implicou, não se coibiram de trabalhar para apresentar um produto final de que se orgulham.
A par disso, e acompanhados por muitas outras pessoas, exaltaram, no seu site, ao longo de todo o ano, o nome da terra e suas gentes, num trabalho que reputamos importante e a que queremos dar continuidade. Pelo menos assim o esperamos.
Agradecemos a colaboração que, sem regateio, nos foi prestada por toda a gente, a todos patenteando o nosso muito bem hajam.
Destacamos pela negativa a falta de comparência dos eleitos, nossos autarcas, ao não se dignarem visitar – aqueles que o não fizeram – a nossa exposição, assim demonstrando algum desprezo pela cultura que, mais do que nós, deveriam defender e acarinhar. Enfim!... É só um pequeno desabafo!
Nomeada que foi a nova comissão, dirigimos-lhe os nossos parabéns, auguramos-lhe o maior sucesso e oferecemos préstimos, naquilo que estiver ao nosso alcance.
Entretanto, força, minha gente!...
P'ro ano aí estaremos.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Oito dias para não esquecer...(por Herminia Gonçalinho)

Fotos
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Estas fotos foram cedidas por: RUBEN DE OLIVEIRA


Já muito se falou sobre a festa na aldeia.
Porquê???
Porque durante muitos anos esta terra com tão poucas pessoas não tinha festa?
Talvez!... Também terá a ver com esse facto, provavelmente. Mas deverão existir outras razões seguramente.
Para mim parece-me que se falou, se fala e que se continuará a falar por longos e duradouros anos porque esta terra é tudo para nós.
É garantidamente uma terra muito querida por todos nós.
O que lá se faz - sem dúvida com muito esforço e sacrifício - é feito através de uma entrega total, motivada pela forte ligação que nos une à nossa terra mãe bem como à sua gente.
O programa das festas foi extenso e muito variado.
Nos oito dias viveram-se variadíssimos momentos todos eles de grande emoção e satisfação.
Queria aqui trazer as noites de Segunda Terça e Quarta - Feira. Três noites genuínas preenchidas apenas com a” prata da casa”.
Variados temas ali foram retratados, as pessoas envolvidas (que eram bastantes) desdobravam-se para agradar à terra e ao público visitante ali presente.
Eu considero que estas noites foram as festas para a Póvoa (entre família) e o resto dos dias sem lhe tirar o prestígio que mereceram ,estiveram em sintonia com o que é tradicional e foram festas populares no verdadeiro sentido da palavra.
Estas noites reflectiram o estado de espírito, de união de luta para que nunca essa terra fique esquecida no tempo, nem as pessoas que lá vivem, as que lá viveram, os seus hábitos, a sua cultura…
Eu, como membro da comissão e também protagonista digo que foi um projecto fantástico, que me deu imenso prazer ajudar a concretizar.
O vídeo sobre a aldeia onde contamos com a colaboração da Tuna de Contabilidade do Porto(reinterpretação da musica), de Jose Gonçalinho(declamação de Poemas) e de
Miguel Madureira(tratamento de imagem) a quem desde já agradeço, e essencialmente a exposição foram apreciados e elogiados por todos os que tiveram a oportunidade de os ver. Este acontecimento deve-se realmente a toda a equipa , mas não posso deixar de falar aqui em alguém que deu tudo o que teve ao seu alcance para que este acontecimento fosse um sucesso: falo obviamente na minha irmã(Celeste Gonçalinho) e da Teresa Paula Costa que para além da sua entrega total a este objectivo, prepararam uma série de trabalhos para ali apresentar. Neste mesmo contexto devo também realçar a mobilização dos restantes participantes pela sua clara disponibilidade em colaborar neste evento e são eles: Manuel de Oliveira, Manuel Gonçalinho, Irene Silva, Joaquina Gonçalinho, Celeste Venâncio, Otília Oliveira, Augusta Jerónimo, Nair, José Gonçalinho de Oliveira e Lucília Alves.
A representação das músicas e das danças ali recreadas e das peças teatrais que remontam ao tempo da juventude dos nossos pais e avós, deliciaram os que ali estavam
que folgavam em saber que nem tudo estava perdido, renovando assim a esperança de que muito mais se virá a fazer desde que esteja ao alcance dos organizadores dos eventos.
Pessoas da terra com um grande empenho e dedicação conseguiram trazer as letras e musicas até nós que, com todo o orgulho as traduzíamos em lindas danças e peças teatrais. Já agora devo também dizer que para além do trabalho enorme de toda a equipa que participou neste evento, tudo isto foi conseguido essencialmente com a dedicação e empenho de três senhoras da terra: falo da Celeste Venâncio, Lucília Alves e Irene Silva.
As crianças também partilharam do mesmo espírito do grupo e brilharam no palco com danças da actualidade.
As anedotas surgiam nos pequenos espaços vazios para que nada faltasse revelando-se o bom humor de quem as contou que fez soltar espontâneas gargalhadas do público presente. Refiro-me aqui a duas pessoas da família Jerónimo.
Até o fado se cantou e tão bem encantou pela voz de Helena Pereira, que até emocionou.
De facto a união faz a força!
O envolvimento foi geral participaram pessoas de todas as idades, estatutos sociais, tudo por uma só causa. Por amor aquela terra, para não perder a sua identidade...
Tenho a certeza neste momento que levaremos para a frente esta ideia, este projecto singular que uniu todos os nossos conterrâneos...
Foi gratificante ver a satisfação de um dever cumprido e a alegria de quem ali esteve.
Penso que se pode tirar daqui um verdadeiro exemplo de vida.
Uma aldeia tão pequena com tão poucas pessoas , onde ainda nem sequer o saneamento básico existe, a quantidade e variedade de iniciativas que ali se apresentaram foi digna de mérito.
Agradeço em meu nome pessoal e da Comissão de Festas o apoio prestado por todos os nossos colaboradores e amigos, nomeadamente à tuna de contabilidade do Porto, à Câmara Municipal de Lamego, a Junta de Freguesia, ao Grupo de Teatro Nordeste de Vila Real na pessoa do Dr. David Carvalho que sempre manteve linha aberta para dar o seu apoio bem, como nos cedeu o guarda roupa para a representação e à Comissão de Baldios.
Por fim agradece-se também o afecto, a aceitação e carinho demonstrados pelos povos vizinhos, nomeadamente o povo da Juvandes que já no ano passado provou estar em harmonia com a Póvoa estando presente em peso nestas festas. Podem contar com a nossa sincera amizade.

Um muito obrigada a todos,
da comissão de festas 2006:
José Costa
Jorge Venancio
José Maria Venancio
Manuel Oliveira
José Oliveira
Fernando Gonçalinho
Alexandra Gonçalinho
Herminia Gonçalinho

terça-feira, setembro 19, 2006

De: Padre Assunção

Data: 19/09/2006 12:16
Assunto:Felicitações pelo site
A todos os criadores e colaboradores do site e do blog da Póvoa, os meus parabéns. Iniciativas destas são sempre de louvar. Viver é também reviver! A memória do que somos é a garantia do que poderemos ser. É muito positivo divulgar os encantos de uma Terra, com gentes de bem e de coragem. Histórias de vida, percursos heróicos, património muito rico de valores. Que o site cresça, floreça e frutifique. São os meus votos.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Ao Agrupamento de Escutas 551 de CEPÕES


Estas fotos foram cedidas por: FERNANDO COSTA

A Comissão de festa em honra de

Nª Sª DO PRANTO

Póvoa-Lamego

Vem por este meio agradecer todo o empenho e brio que o vosso agrupamento colocou no desfile da Procissão em Honra de Nª Sª do Pranto.

Foi para esta terra uma honra poder contar com a vossa prestimosa colaboração e espírito de irmandade, que é apanágio do ESCUTEIRO.
Foi para nós um enorme prazer ver a alegria com que os elementos do Agrupamento 551 deram cumprimento ao Artº 3º e 8º da lei do Escuta, que passo a transcrever:

Lei do Escuta

1º A Honra do Escuta inspira confiança.
2º O Escuta é leal.
3º O Escuta é útil e pratica diariamente uma boa acção.
4º O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros Escutas.
5º O Escuta é delicado e respeitador.
6º O escuta protege as plantas e os animais.
7º O escuta é obediente.
8º O Escuta tem sempre boa disposição de espírito
9º O Escuta é sóbrio, económico e respeitador do bem alheio
10º O Escuta é puro nos pensamentos, nas palavras e nas acções

A todos vós e à Chefa-Adjunto (Céu Duarte) do agrupamento, que tão bem conduziu o enquadramento de todos os elementos.
O nosso Bem-haja”

terça-feira, setembro 12, 2006




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Estas fotos foram cedidas por: FERNANDO COSTA.

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Festas em Honra de Nossa Sra. do Pranto

Quando o incrível se torna realidadeu
Olhou Deus um dia de relance a sua criação. Fixou o olhar sobre um pequeno pedaço de terra à qual se dera o nome de Póvoa de Vila Nova de Souto D'El-Rei; uma ínfima porção do imenso mundo que Criara e na Sua Infinita Bondade e Justiça, disse Deus: -Farei deste povo um ícone de sabedoria, criatividade, inteligência, competência e de determinação!
Libertem-se pois, das amarras do anonimato de agora em diante os filhos desta terra. Que estes sejam exemplos a seguir. E a profecia cumpriu-se!...
Esta introdução serve para melhor se compreender um acontecimento fabuloso!
A Póvoa é reconhecidamente berço de pessoas com grande valor moral e intelectual: gente honesta trabalhadora e empreendedora, gente das letras, das artes, da educação, da saúde da segurança, das novas tecnologias, militares...apesar disso vivia num claro isolamento, sem actividades festivas, sem projecção social, sem visibilidade, sem nada... mas a Póvoa -espero eu -não mais voltará a ser a mesma, porque em 2005 foi lançada à terra a semente que germinou e se veio a traduzir numa radical mudança: Fez-se neste ano a primeira festa na aldeia após pelo menos cinco dezenas de anos, o que é extraordinário tendo em conta ainda que esta festa foi
organizada por um reduzidíssimo número de pessoas corajosas e empenhadas naquele projecto que levou a cabo algo que quase parecia impossível. O meu bem haja a estas pessoas.
Nomeou-se uma comissão de festas para o ano de 2006 composta por elementos dinâmicos e ávidos de realizar um trabalho memorável e inédito, pensado ao pormenor de modo a surpreender, a animar e a divertir os conterrâneos e os visitantes; o que veio a acontecer!
As festividades em honra de N.ª Senhora do Pranto -padroeira da terra - tiveram início com a abertura de uma exposição de Artes Plásticas/artesanato e a apresentação de um livro de poesias de um conterrâneo já falecido, José Gonçalinho de Oliveira. A qualidade dos trabalhos apresentados nesta exposição superou todas as nossas expectativas, pela variedade e beleza estética que todos eles apresentavam, para além das diferentes variáveis ao nível das técnicas de expressão e execução e do valor artístico de cada objecto. È de salientar a participação activa e desinteressada de muitas pessoas, que se envolveram neste trabalho, tornando possível esta actividade inédita na Póvoa, que resultando num grade sucesso. Seguidamente foi apresentado à população um DVD, que traduzia o aspecto geral da terra e iniciado com a reprodução de uma música de outro falecido conterrâneo, José Duarte de Oliveira recriada e reinterpretada pela Tuna de Contabilidade do Porto. Ao longo deste vídeo, foram declamados alguns poemas de José
Gonçalinho de Oliveira , pelo seu filho mais velho.
As tradições que remontam ao tempo dos nossos pais e avós ao nível das danças cantares e teatro, foram recreadas com muita graciosidade pelas jovens raparigas e mulheres lá residentes, fazendo as delícias de muitos que reviviam desta maneira o seu passado e que para os mais novos eram reconhecidas como uma herança cultural a preservar.
As crianças foram peças fundamentais na festa, cantando representando e dançando desinibidamente e com muita piada, cumprindo a rigor o seu papel .
Houve "comes e bebes " gratuitamente para toda a população, tendo sido um momento também ele muito interessante.
Para um desfecho ainda mais feliz sobretudo para os grades foliões, contou-se com a presença de três conjuntos musicais e o grupo de Arneirós das concertinas que tanto agradam ao povo da Póvoa.
No Domingo a banda de música de Eira Queimada fez a alvorada, mas os momentos altos destas festividades foram a missa concelebrada pelo recentemente ordenado padre Hermínio e o nosso pároco que é uma figura extraordinária. A missa foi uma cerimónia belíssima acompanhada pela banda atrás citada e a procissão que ficará na memória de todos nós, pela participação do povo, pela beleza da decoração dos andores; salientando-se o bom gosto sobretudo na decoração do andor de N.ª Senhora do Pranto.
A folia continuou durante o dia com as concertinas etc.
Na Segunda feira foi o encerramento das festas com fados aos quais lamentavelmente já não tive a oportunidade de assistir!
Fazendo um balanço pessoal e subjectivo de tudo quanto foi feito, penso que não exagero se disser que foi tão importante para todos os filhos e amigos da Póvoa este acontecimento, que funcionou quase como um compromisso de grande amizade partilha e sociabilização entre todos nós!...
Parabéns a todos quantos se empenharam incansavelmente para que se fizesse uma festa tão fantástica!!!
Termino com uma frase de um dos maiores cientistas de todos os tempos
"Deus não nos esconde nada, apenas quer que procuremos melhor"
Albert Einstein (1879-1955)

Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte
Agualva, 31 de Agosto de 2006

domingo, setembro 03, 2006

Saudades do tempo de criança (por José Maria Venâncio)


O CANTAR DAS JANEIRAS

Vinham de terras serranas
Por carreiros e caminhos
Vindo cantar as Janeiras
Para os povos mais vizinhos

Já tiritando de frio
Mesmo assim não desistiam
Cantavam o que gostavam
E ás vezes ao desafio

Vinham pisando a neve
Já tarde quase á noitinha
E por lá eram abrigados
Nas condições que se tinha

Recordo-me muito bem
Na casa duma vizinha
Pernoitarem uma noite
Numa sala e na cozinha

Essa vizinha que eu falo
Com coração de manteiga
Ao vê-los assim gelados
Levou-os para a lareira

Que bondade de senhora
Com uma cara tão linda
Na aldeia era conhecida
Somente por tia Arminda

Vinham com trajes típicos
Apertados com cordel
O traje que me marcou
Foi a capucha de borel

Pois eu nunca tinha visto
Pensando assim também
Porque não usavam xaile
Como usava minha mãe

Um dia então perguntei
E veio a resposta bem-vinda
Pois a mesma me foi dada
Pela dita tia Arminda

Pois com seu jeito materno
Ela me contou então
Era para os proteger
Do cieiro e do suão

Já com os rostos queimados
Pelo cieiro e suão
Cantavam então as janeiras
Com muito gosto e paixão

Cantavam com alegria
Dançavam sem preconceitos
Cada um dava o que queria
Pois tudo lhes dava jeito

Dando a volta n’aldeia
Em toda a casa batiam
Todos davam alguma coisa
Mas somente o que podiam

Recordo-me muito bem
De com eles acompanhar
O meu gosto era imenso
Ao vê-los ouvir cantar

Lembro-me com eles ter ido
Com tamancos e rotas calças
Ao local chamado Eido
A casa do tio Lirachas

Eles eram um casal pobre
Por isso nada lhe deram
Mas foi tal a educação
Que na mesma agradeceram

Houve então um bem-haja
Que não era habitual
Cantaram duas cantigas
Para alegrar o casal

A esposa era engraçada
Com todo o ar de catita
Na aldeia lhe chamavam
Por alcunha a tia Pita

Vou agora revelar
Os reais nomes do casal
Pois assim foram baptizados
Na sua terra Natal

Lá viveram e morreram
Sempre com muita alegria
O marido Joaquim
E sua esposa Maria

Reativar este blog

Iniciado em 2005, este blogue cumpriu em parte, aquilo para que tinha sido inicialmente projetado. Com o decorrer do tempo e tal como n...