quinta-feira, julho 13, 2006

FESTA EM HONRA DE Nª Sª DO PRANTO


PROGRAMA

DIA 21
21H00
ABERTURA COM EXPOSIÇÃO
DIVULGAÇÃO DE LIVROS DE JOSÉ GONÇALINHO DE OLIVEIRA
22H00
APRESENTAÇÃO DE UM VIDEO SOBRE A ALDEIA

DIA 22 e 23
21H30
NOITES DE ANIMAÇÃO

DIA 24
20H00
SARDINHADA E MUITA ANIMAÇÃO

DIA 25
17H00
JOGOS TRADICIONAIS
22H00
BAILE COM O AGRUPAMENTO MUSICAL "2ª VIA"

DIA 26
17H00
PEDI PAPER
22H00
BAILE COM O CONJUNTO "VAROSA"
24H00
FOGO DE ARTIFICIO

DIA 27
08H00
ALVORADA C/ FOGUETES
11H30
MISSA FESTIVA SEGUIDA DE PROCOISSÃO
16H00
CONCERTINAS
21H00
BAILE C/ O AGRUPAMENTO MUSICAL "ZÉ-TÓ"

DIA 28
22H00
ENCERRAMENTO C/ FADO CASTÇO
AGRUPAMENTO MUSICAL "VOZES DA NOITE"

AGRADECIMENTOS
A Comissão de Festas agradece:
A todos quantos contribuíram para a realização desta festa. A todas as famílias da Póvoa, a todas as aldeias vizinhas e a todos os patrocinadores, o nosso muito obrigado.
Esperamos pela presença de todos vós, e desejamos que se possam divertir muito.

Desenhei a minha terra no céu

Desenhei a minha terra no céu
Pensando que o mundo inteiro a via,
O céu abriu-se em dois longos braços
E entre carícias e abraços
No seu longo véu a envolvia!...

Fiquei perplexa e embaraçada,
Julgando perdê-la realmente
E reflectindo sobre o meu acto imprudente
Decidi pintar no chão uma extensa escada,
Tão longa que ao céu me levasse
E de novo a minha terra me mostrasse!

Sem pensar em mais nada,
Subi até ao topo rapidamente,
Mas foi tentativa frustrada!...
Desceu sobre mim um sopro de vento,
Rodopiou à minha volta intenso,
Perdi-me num imenso nevoeiro
No seu denso aguaceiro…

Imaginei então
Pintar um grande coração,
Numa nuvem branca e leve
Suave como algodão ou como a neve,
Que subisse bem alto
E tomasse aquela aldeia de assalto!...
Um símbolo para mostrar ao mundo também
O meu apego, o meu afecto à minha terra mãe!!!

Estranhamente a nuvem o meu sonho embalou,
De imediato no universo se expandiu
E em muitas outras se dividiu;
De tal forma no céu se concentrou
Que de novo encontrou
A minha jóia perdida
A razão de ser da minha vida!...

Devolveu-me o meu modesto desenho,
Onde com determinação e empenho
Eu representara outrora
A minha humilde terra
E que guardo agora
Com a esperança de um dia,
Poder mostrá-la ao mundo, tal como pretendia
Com a mesma determinação
E igual emoção!!!
Que nesse momento me movia!!!


Celeste Gonçalinho de Oliveira Duarte

Vestir de novo a memória

Coisas insignificantes
em muito semelhantes
a um simples vestido de chita,
tornaram a minha vida mais bonita
porque me identificava com elas
e era nelas
que me revia,
pois semelhavam-se a mim,
e assim,
encontrava a minha alegria.

Faz parte da minha história
um vestido,
o mais velho certamente
que retenho na memória;
tinha pregas e era comprido.
Era de Inverno e era quente,
com padrão axedrezado
muito pouco elaborado,
no entanto,
sei de onde vem o encanto,
que me leva a recordá-lo...

Para melhor me lembrar
tive de recuar,
regredi no tempo,
perdida no pensamento.
De súbito parei,
porque encontrei
um feliz momento,
em que usava o tal vestido
axedrezado e comprido...

Fixei-me na minha tenra idade,
no meu tempo sem maldade,
em que me apoiava
na varanda da minha avó,
onde nunca estava só!...
e falava desenganada,
a quem na rua passava
e se divertia,
com o que eu dizia.

Faço nova pausa
por uma boa causa,
descubro outro vestido
um vestido de Verão,
manga curta de balão
curto e franzido;
mas este é cor de pérola.
Lembro-me bem que assim era...

Paro por um momento,
retenho o pensamento
num episódio inesquecível
e incrível
no qual intervinha eu com o tal vestido
franzido
e uma velhinha,
a senhora Rafaela,
e ainda que me lembre pouco dela,
recordo com saudade
a sua extrema bondade!

Um dia ,
quando esse vestido trazia,
subi a sua escada,
ela estava à porta sentada
e eu um tanto vaidosa,
esperava anciosa
um elogio ao dito vestido
franzido...

Porém, a bondosa senhora era invisual
e disse-me que nada via,
mas que distinguia
o bonito do feio
e para não ficar mal,
para satisfazer o meu anseio,
passou-lhe as mãos levemente
o que me deixou muito contente!...


No entanto fiquei confusa,
com a sua cegueira
pensei que era brincadeira,
ficou-me uma ideia muito difusa
do significado de ver.
quis então saber
para me certificar
e portanto constatar,
só assim podia compreender...

Cerrei os meus olhos então,
e nada via,
mas sentia
sobre mim a sua mão.
Abri-os e continuava a ver,
nunca percebendo a verdadeira razão;
fiquei baralhada e sem isso perceber.
E se for verdade
que existe eternidade,
poderei um dia encontrá-la
e abraçá-la
talvez me possa esclarecer!...


Celeste Gonçalinho De Oliveira Duarte

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Iniciado em 2005, este blogue cumpriu em parte, aquilo para que tinha sido inicialmente projetado. Com o decorrer do tempo e tal como n...