Ao longo de séculos e por tradição, os rapazes namoradores corriam à pedrada os mocetões estranhos que tentassem chegar à fala com as belas moçoilas que sempre aqui houve; poucos foram os cruzamentos que escaparam a esta malha. Oh!... como os rapazes se perdiam por aquele palminho de cara, pelos corpinhos ondulados ou mesmo usuais soquetes ou pelos bordados das subsaias rodadas que sempre traziam à mostra!...
De se lhes tirar o chapéu até meados da década de 50, eram as festas de S. João, que sempre provocaram a inveja de todas as aldeias circundantes; enfeitadas e organizadas com seus fachos incandescentes, junto do talefe do monte Dufe, a sua vista era desfrutada por toda a região até para lá de Tarouca e muito para além da Régua. Fala-se com saudades desses tempos, que acabaram, mercê da florestação dos montes (por 1953) e da consequente possibilidade e perigo de incêndios.
Motivo de conversa, pela sua graça, nas tertúlias de café (que também já existe na Póvoa), são ainda hoje aventuras e brincadeiras do "Chica", do Zé D'Arminda, do Zé Macário, e de outros. Só comparáveis com as aventuras do Tim Tim, ou com as histórias da "Tia Pita"
Desde há mais de 50 anos que a Póvoa também não fazia a sua festa anual em honra da sua padroeira...
Retomou a tradição este ano (2005) em Agosto, e vai continuar a ter a sua festa. Ah!... Como foi bom ver ressuscitar este povo, agora sob outras roupagens que promete ser revigorado com regresso de pessoas que já se sentiam esquecidas!... Esperamos que também os senhores autarcas venham um dia a dedicar alguma atenção a este povo e ao fenómeno desta vontade de renascer.
(ZÉ MACÁRIO)